terça-feira, 28 de maio de 2013

Entrevista exclusiva: Romildo Bolzan fala do futuro do PDT e do Grêmio!


Antonio Roberto Vigne – Estamos aqui, Jornal Correio de Viamão, com o Presidente Estadual do PDT, Romildo Bolzan Júnior, tem uma sala, a anti-sala é do pai dele, na sede Regional do PDT, um dos baluartes da história do partido, Romildo Bolzan que é ex-prefeito de Osório e Vice-Presidente do Grêmio Futball Porto Alegrense. Muito boa tarde! Quais são os projetos do PDT para os próximos anos? Está crescendo dentro do Estado! Não é verdade?
Romildo Bolzan Júnior – Olha, o PDT vive um momento extremamente importante na conjuntura Estadual. Por quê? Por que o PDT, a partir das eleições de 2012, ao vencer as eleições de Porto Alegre e Caxias do Sul, tendo aumentado o seu número de Prefeitos e Vice-Prefeitos e também de Vereadores, o PDT também criou uma conjuntura extremamente favorável a partir do aumento nominal de seus votos, ele saiu de seiscentos e cinqüenta mil votos para um milhão, duzentos e cinqüenta e cinco mil votos!  O PDT hoje é uma força política que administra 22% de todos os recursos municipais realizados no Rio Grande do Sul. Então isto é um fato extremamente importante, é um fato para a população, para espelhar políticas públicas e mostrar para a população do Rio Grande um partido que está ativo, vivo, e um partido que procura se acreditar cada vez mais como um partido de opção concreta ao poder. Esta conjuntura é uma conjuntura que nós temos que nós temos que examinar a partir de 2012, mas também examinando 2014 e 2018! Nós não podemos ter a simples visão de que fomos bem em 2012, que já vamos logo em seguida para 2014, fazer o que temos que fazer. Não! Nós temos que preparar este ambiente e é o que estamos fazendo agora com reuniões regionais avaliando a nossa conjuntura política, preparando as chapas proporcionais, conversas com os partidos e colocando o debate sobre candidatura própria ou alianças e se tiver alianças, com quem. Nós já tivemos 13 reuniões de um total de 38.
Antonio Roberto Vigne – Já tem alguma prévia?
Romildo Bolzan Júnior – Têm prévias! As prévias demandam uma tendência de candidatura própria, mas para termos candidatura própria ela precisa estar viabilizada e com nome capaz de…
Antonio Roberto Vigne – Tem surgido algum nome?
Romildo Bolzan Júnior – Têm surgido vários nomes! O nome do Vieira da Cunha é um nome que se colocou no processo de maneira: “Eu sou candidato! Não serei candidato a outra coisa! Sou candidato a Governador” Outros nomes lembrados tem muito a ver com as questões regionais, o próprio Afonso Motta, o próprio Kalil Sehbe, enfim, são nomes que se colocaram no processo de uma maneira mais tranqüila, porém, não verdadeiramente como candidatos. Candidato mesmo só se colocou o Vieira, porque ele não concorre a outra coisa, só concorre a Governador do Estado! Então o partido está tentando viabilizar, não o nome dele, mas tentar viabilizar a candidatura própria, isto é fundamental e sempre com visão em 2014 e 2018.
Antonio Roberto Vigne – O Pompeu de Mattos foi vice da chapa na última eleição, com o Fogaça.
Romildo Bolzan Júnior – O Pompeu se prepara para ser candidato a Deputado Federal! Ele não está na majoritária, isto é uma opção já feita e eu acho que ele esta correto, não queima tempo em coisa que não vão acontecer para ele e fez uma opção pessoal, já está pronto, já está fazendo, destinou o seu objetivo de eleição para Deputado Federal e vai por ali.
Antonio Roberto Vigne – Candidatura própria com o nome do Fortunati como Prefeito facilita o acesso, mas vai disputar, por exemplo, com Ana Amélia Lemos.
Romildo Bolzan Júnior – É, mas o Fortunati não pode se licenciar e renunciar ao cargo de Prefeito para se candidatar a 2014. Fortunati tem que cumprir o mandato até 2016!
Antonio Roberto Vigne – E esta é a visão dele também?
Romildo Bolzan Júnior – Esta é a visão dele também! O Partido também tem esta visão, o partido conclui a visão, conclui o mandato dele até 2016, se prepara para 2018 porque ele passa a ser um candidato forte no processo! Não adianta querer dizer que Fortunati… não, não precisa queimar esta etapa, esta etapa o partido tem que queimar com a perspectiva, talvez. Se por exemplo, eu vou pegar alguns nomes, entre Tarso, Ana Amélia, Vieira, José Ivo Sartori, existe diferença de qualificação entre os quatro? Não, todos são pessoas qualificadas, ética e moralmente comprometidas.
Antonio Roberto Vigne – Talvez em índice de rejeição!
Romildo Bolzan Júnior – E ai o que acontece? Então, na nossa avaliação a eleição de 2014 está completamente aberta! O processo político e o processo eleitoral como têm acontecido em todas as eleições anteriores, é que vai mandar quem vai ser o próximo governador do Estado, não tem favorito e não tem reeleito.
Antonio Roberto Vigne – O PP é um partido que apesar de não ter grandes estruturas em todos os municípios, tem uma sede em cada município praticamente, o PDT apesar de não ter uma sede uma sede em cada município, não está organizado em todos os municípios do Estado, ele é um dos partidos que se não me engano é a terceira ou segunda maior força política do Estado do Rio Grande do Sul em matéria de estruturas administrativas. O índice de rejeição da Ana Amélia ela não tinha até a última eleição, até a última campanha, mas, com o apoio a Manuela ela criou um índice de rejeição que não era dela, necessariamente, mostrou que é mais Ana Amélia que propriamente PP, uma questão de fidelidade partidária. Há o interesse do PDT em agregar forças com algum partido, como o PMDB, que foi dobradinha e está com o Fortunati agora na Prefeitura, de repente formar uma dobradinha com o PMDB ou com algum outro partido, para exatamente fortalecer a proposta de candidatura própria do PDT e alçar um vôo, uma ampliação das bancadas regionais?
Romildo Bolzan Júnior – É possível! Esta conjuntura toda ela que tu colocastes é possível que aconteça e é um cenário a ser visto! Mas o PDT ruma hoje para duas posições, no meu entendimento, ou a candidatura própria na viabilização, e ruma, se não tiver uma candidatura própria para uma aliança onde nós estamos, com o próprio partido dos trabalhadores! Por quê? Por que é muito difícil tu substituir uma posição! Como é que tu não vai manter coerência, como é que tu vai da situação para a oposição? Um vôo de candidatura própria é legítimo!
Antonio Roberto Vigne – O PDT com o PT para candidatura estadual?
Romildo Bolzan Júnior –  Sim! Isto é uma questão, para mim, de coerência! Hoje em dia está muito difícil de justificar a mudança de postura tão rápida! Hoje estou de um lado, daqui a pouco estou do outro, eu acho isto terrível, é até preferível tu morrer, se tiver de morrer tu morre onde tu está, se tiver de ganhar, tu ganha. Por que na verdade não tem discussão de comportamento, de postura e acaba te queimando.
Antonio Roberto Vigne – Mas isto parte do pressuposto que o Tarso Genro não vai querer fazer reeleição.
Romildo Bolzan Júnior – Eu parto do princípio que o PDT terá um papel importantíssimo em uma chapa desta natureza! Se o PDT tiver um papel de importância, de compartilhamento de governo e de núcleo de governo, de cargos chaves, inclusive a vice-governança, tudo bem, vamos lá! Agora, isto é um pressuposto! Se não tivermos isto, claro, se não tivermos isto nós não vamos nem para o debate. O PDT com a importância que ele tem hoje tem de estar em uma posição importante.
Antonio Roberto Vigne – Pela grandeza e história do PDT no Estado do Rio Grande do Sul?
Romildo Bolzan Júnior – Sim!
Ronaldo Bonemann – Eu queria que o Presidente falasse um pouco de sua carreira política, como começou, o Sr. começou a carreira política em Osório.
Romildo Bolzan Júnior – Na verdade, eu não tive algumas opções na vida! Fiz três opções na vida que eu acho que são fundamentais, mas eu não tive muita chance de fazer diferente, vamos combinar assim, uma porque me criei em um ambiente político, nasci e o meu pai era Vereador, Diretor de Escola em Osório e logo em seguida, três anos depois ele se elegeu Prefeito, eu convivi, nasci com o meu pai Prefeito e no final de semana, Osório era um município muito amplo, pegava de Mostardas até Torres, naquela oportunidade todo o Litoral fazia parte, Tramandaí, Cidreira, Magistério, Imbé, Xangrilá, Arroio do Sal, Capão da Canoa, então, na verdade e mais interior de Osório, Maquiné, Itati, Itajaí, todos hoje, tudo município. Então, o que era o meu fim de semana? O meu pai me botava no carro junto com ele e eu ia,na verdade, conviver com este ambiente de pessoas muito mais velhas que eu, que pelos meus seis, sete, oito anos de idade, meu ambiente de convivência era com uma turma de políticos que administrava o município de Osório. Eu estava sempre do lado do pai, o pai me botava no carro, aquela coisa de italiano, o filho primogênito, bota do lado, bota em baixo do braço e vai junto, eu ia também com ele.  E ele era advogado, eu também sou advogado, na verdade as minhas opções tiveram muita influência dele!
Ronaldo Bonemann – E como é que chegou o PDT na sua vida?
Romildo Bolzan Júnior –  Por causa dele! O pai foi Diretor de Escola em Osório, o pai já era trabalhista, foi Diretor de Escola na época do Brizola, o Brizola deu um projeto enorme de uma escola quando o pai era Diretor que hoje é uma escola, naquela época era consagradíssima e continua sendo consagrada, com base naquilo ele virou Prefeito. O pai sempre teve uma admiração enorme pelo trabalhismo, por convicção, por filosofia de vida e por afinidade política com o Brizola e acaba com isto acontecendo e eu fui na esteira de meu pai. E eu com 21 anos me elegi Vereador de Osório, estava me formando em Direito naquela oportunidade, depois me elegi Vice-Prefeito, depois me elegi Prefeito, depois me elegi Prefeito e me elegi Prefeito, fui Secretário Geral do Partido, Presidente do Partido, a seis anos, e esta vida política para mim eu faço ela rigorosamente dentro deste ambiente que me foi quase que um ambiente familiar, de conceito familiar!
Antonio Roberto Vigne – E, diga-se de passagem, depois que ele assumiu, ficou insubstituível, ninguém mais esta querendo disputar porque ele está fazendo uma excelente administração.
Ronaldo Bonemann – O Sr. é candidato a Deputado Estadual?
Romildo Bolzan Júnior – Não! Eu não tenho nenhuma vontade de nada, o Ciro é o nosso candidato a Deputado Estadual, o Ciro vai repetir o mandato!  Eu não sou candidato a nada e não tenho mais interesse em disputar mandatos! Mas ter vida partidária sim! O meu ciclo de Prefeito na cidade de Osório também encerrou, elegemos um sucessor, está lá um rapaz nosso, é nosso, do PDT, está lá administrando! O ciclo de candidatura, de mandato, de buscar mandato eu não passo mais por isto, mas o ciclo de militar politicamente está longe de ser encerrado! Então, na verdade eu quero ficar na vida partidária. É o que eu quero!
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Ronaldo Bonemann – E ser o Presidente do Grêmio ai sim?
Romildo Bolzan Júnior – Isto é outra coisa!
Risos!
Ronaldo Bonemann – A veia de Jornalista esportivo!
Romildo Bolzan Júnior – O nosso time está em um momento histórico! Porque ele vai ter que criar uma modelagem de financiamento de auto-sustentação, próprio, diferente tudo daquilo que se viu até hoje.
Antonio Roberto Vigne – É poder demais ser Presidente do Grêmio e ser Presidente do PDT!
Risos!
Ronaldo Bonemann – E o problema com a OAS e a Arena já está resolvido?
Romildo Bolzan Júnior – Ele se encaminha para uma solução por que vai ter que chegar a este ponto da solução! Tem trabalho no sentido da aproximação das partes, da organização de pontos que tenham afinidade de resolução. Eu tenho pra mim que logo em seguida nós vamos ter pelo menos o encaminhamento desta solução, desta questão que está mal resolvida e que vai ser resolvida.
Ronaldo Bonemann – E o problema do Luxemburgo, foi em consenso a permanência ou não?
Romildo Bolzan Júnior – A avaliação que fez a Presidência e o Departamento de Futebol foi a avaliação que há espaço ainda para crescer, que há espaço para conviver e que há espaço para evoluir! Não é um ciclo encerrado! É porque o ciclo se torna encerrado quando elimina-se todas as condições de convivência, vestiário, Direção, Treinador, os Jogadores, não é isto que está acontecendo! Agora, o que está acontecendo é que damos um voto de confiança, um crédito para este grupo, que é um grupo forte e que tem esta perspectiva do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, na verdade vai ter de dar resultado ali. Faltou envolvimento, faltou um envolvimento emocional, inclusive do grupo para dar resultados, faltou mais empenho, faltou mais comprometimento, tudo isto é verdadeiro! E eu acho que o grupo ficou devendo isto para a torcida e tenho para mim que vai querer se recuperar até para não perder preço!
Antonio Roberto Vigne – Me lembrando de um momento do Internacional, onde Pedro Paulo Zachia disse: “Nós vamos mudar não mudando!”.
Romildo Bolzan Júnior – E na época o Treinador era o Celso Roth! É, estas acontecem, mas tem que ver se as coisas que possam causar estes problemas, estas questões se superam, se estas questões são superáveis claro que consegue. Não existe futebol sem um grupo bem tramado emocionalmente, não existe futebol de um grupo que não está solidário, não existe a cumplicidade de jogar bola, isto significa estar dentro de campo, se protegendo, se cobrindo, se ajudando, todos eles olhando o jogo de uma maneira coletiva. Não existe também vestiário se não houver cumplicidade, se faz um ambiente de família e o resultado sempre pode ser melhor. Se tu faz um ambiente impessoal no futebol não existe a possibilidade de sucesso! Para mim, eu fiz futebol na minha vida lá de Osório, seja como Jogador, como Dirigente, sempre foi isto, tínhamos uma vida que independente da questão de jogar bola e ganhar dinheiro, tínhamos um envolvimento pessoal de compromisso, nós temos um objetivo e queremos que emocionalmente isto esteja compromissado conosco mesmo! O cara vai jogar futebol sabe o que faz! Eles entram em campo e não precisa de muita orientação, ele sabe onde está o furo, sabem onde está falhando, sabem quem está com problema, sabe onde o time adversário está apostando e está indo para cima. O Jogador de futebol sabe tudo isto, isto quer dizer, eles ajudam ou destroem e eu acho que para o Grêmio não houve este comprometimento de fazerem esta cumplicidade de fazer eles passarem por cima de todas estas dificuldades, estas deficiências de time e de jogadores.
Ronaldo Bonemann – Mas que o Luxemburgo é meio marrento é! Não é verdade?!
Risos!
Romildo Bolzan Júnior – O homem é um super campeão, tem a vida feita, o homem está com a bola cheia

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.