segunda-feira, 30 de março de 2015

Cunha é vaiado por movimento LGBT na Assembleia do Rio Grande do Sul

Manifestantes, a exemplo do que ocorreu na sexta em SP, deram beijo gay.
Presidente da Câmara foi recebido com gritos de 'Fora, Cunha'.

Rafaella FragaDo G1 RS
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi recebido com vaias e beijo gay em um evento para debater a reforma política na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, nesta segunda-feira (30). O protesto, realizado por representantes do movimento LGBT, foi similar ao organizado na última sexta (27), quando Cunha também foi vaiado na Assembleia de São Paulo.
O presidente da Câmara tem sido alvo de protestos de movimentos ligados à causa LGBT. Ele já manifestou opinião contrária à criminalização da homofobia.
Nesta segunda (30), antes mesmo de o evento começar, manifestantes já aguardavam na porta do prédio do legislativo gaúcho com faixas e cartazes de protesto. Quando Cunha chegou ao teatro da Assembleia onde seria realizado o debate, houve vaias e gritos de "fora" e "não me representa".
Dois homens se beijam durante a execução do Hino Nacional em evento na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (Foto: Rafaella Fraga/G1)Dois homens se beijam durante a execução do Hino Nacional em evento na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (Foto: Rafaella Fraga/G1)
As vaias e gritos continuaram na abertura do evento e durante a execução do Hino Nacional.  Diante das manifestações contrárias a Cunha, o presidente da Assembleia do Rio Grande do Sul, deputado estadual Edson Brum (PMDB), optou por suspendes a sessão.
"Antes de saudar a Mesa Diretora, queria pedir a gentileza a todos, nós estamos em um estado democrático, conquistado por todos, e precisamos oportunizar que todos se manifestem e pediria a gentileza que o fizessem ao seu tempo", disse o parlamentar gaúcho pouco antes de interromper o evento.
Cunha ouviu os protestos sentado à Mesa do plenário, junto de autoridades e do vice-presidente da República, Michel Temer. Brum se aproximou dos manifestantes para ouvi-los e tentar pedir silêncio, para que o debate começasse. "Eles não querem negociar", disse.
Cerca de 15 minutos após interromper a sessão, o presidente da Assembleia do Rio Grande do Sul retomou o evento em outro local do prédio, desta vez no plenário, fechado para a presença dos manifestantes.
Após a retomada do debate, Brum fez uma introdução ao tema da reforma política e passou a palavra a Cunha. No microfone, antes de começar sua fala, Cunha criticou o que chamou de "intolerância".
Grupo protesta contra Eduardo Cunha na Assembleia Legislativa do RS em Porto Alegre (Foto: Rafaella Fraga/G1)Grupo protesta contra Eduardo Cunha na Assembleia Legislativa do RS em Porto Alegre (Foto: Rafaella Fraga/G1)
"Sobre a intolerância que a gente acabou de assistir. Aqueles que não respeitam o Hino Nacional, não podem se permitirem a qualquer outro tipo de manifestação democrática. O debate, o contraditório, é sempre agradável e salutar e nós todos estamos sempre dispostos a ouvir e debater. Mas todos com respeito ao direito de falar, ao direito de ouvir. O respeito previsto na Constituição. [...] Foi lamentável a intolerância, mas meus cumprimentos aos intolerantes também", afirmou.
Ao deixar a Assembleia Legislativa, após seu discurso, Cunha foi questionado por jornalistas sobre os protestos. Ele disse que as manifestações não o preocupam e nem vão mudar a agenda de compromissos.
"Nem um pouco preocupado [sobre manifestações]. Vinte, 30 pessoas, que vêm só para agredir não têm que causar nenhuma preocupação. Isso não é democracia, é intolerância", afirmou Cunha.
Ele também ressaltou que o Congresso Nacional está aberto a debater qualquer tema, desde que com "respeito à ordem e à democracia". Ele acrescentou ainda achar que o grupo que fez o protesto foi "previamente escalado para isso" com "motivação" política.
"O Parlamento está sempre aberto a qualquer debate. Qualquer movimento é legítimo. Seja de qualquer lado. Não tenho nenhuma opinião, nem contra nem a favor, acho que são legítimos, desde que sejam no respeito à ordem e a democracia. Movimentos, que seja, que não respeitam sequer a execução do Hino Nacional... nem acredito que isso represente o movimento. Acho que isso é mais um grupinho que está previamente determinado a esse tipo de agressão, escalado para isso, com motivação politicamente e a gente vê claramente quem é”, sustentou.
Reforma política
Na fala sobre reforma política, o presidente da Câmara prometeu votar a reforma política em maio e ainda questionou a necessidade de se realizar uma campanha eleitoral de 90 dias e placas de propaganda eleitoral em "cada esquina".
"Por que a gente precisa de 90 dias de campanha no primeiro turno? Isso não faz com que a gente tenha um custo bastante elevado. Será que nós precisamos ter placa em cada esquina? Gasta para colocar a placa e ainda paga multa pela placa. Isso é um debate que tem que ser feito", disse.

quinta-feira, 19 de março de 2015

TRE-RS mantém cassação de ex-presidente da Assembleia

Gilmar Sossella (PDT) pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Deputado foi condenado por captação ilícita e abuso de poder político.

Do G1 RS
Gilmar Sossella Assembleia Legislativa RS (Foto: Pedro Belo Garcia/Agência ALRS) 
Gilmar Sossella foi presidente do Legislativo gaúcho
em 2014 (Foto: Pedro Belo Garcia/Agência ALRS)

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) manteve nesta quinta-feira (19) a cassação do deputado Gilmar Sossella (PDT), ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O parlamentar, porém, ainda pode recorrer da decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em sessão plenária, a Corte rejeitou por unanimidade os embargos de declaração protocolados pela defesa do deputado contra a decisão que culminou na cassação do seu mandato, no dia 24 de fevereiro, por captação ilícita de recursos e abuso de poder político. 
O deputado foi condenado por irregularidades cometidas durante a campanha nas eleições de 2014. Conforme as investigações, ele pressionou funcionários da Assembleia a comprarem convites no valor de R$ 2,5 mil para um jantar de arrecadação da campanha dele. Um funcionário teria se recusado a comprar e acabou demitido.
Segundo o TRE, o deputado perde o mandato assim que a decisão for publicada. Até sexta-feira (20), o atual presidente da Assembleia deverá ser comunicado para que convoque o primeiro suplente na ordem de sucessão nas eleições de 2014. Com a decisão, o deputado também pode ficar inelegível por oito anos e ter de pagar multa de R$ 10 mil.
Sossella foi reeleito com 57.490 votos para cumprir o terceiro mandato consecutivo no parlamento gaúcho. A assessoria de imprensa do deputado afirmou que ele não vai se manifestar, mas disse que a decisão desta quinta já era esperada e que ele vai recorrer ao TSE.

Em um primeiro momento, a defesa do deputado buscará um efeito suspensivo para que ele permanece no cargo. Depois, tenterá absolvê-lo no julgamento do caso, diz a assessoria. O ex-ministro do TSE José Eduardo Alckmin já foi contratado para fazer a defesa do parlamentar em Brasília, ao lado do advogado Décio Itiberê. 

Arquivo do blog

Quem sou eu

Minha foto
Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.