terça-feira, 29 de novembro de 2016

Pampa gaúcho é o segundo bioma mais desmatado no Brasil

Percentual de desmatamento nos campos do sul é de 54%.
Mata Atlântica tem apenas 12% da área total preservada.


 Presente em território brasileiro apenas no Rio Grande do Sul, o pampa é o segundo bioma com maior índice de desmatamento no país. Fica atrás apenas da Mata Atlântica, que tem apenas 12% da área total preservada. Dados de 2009, anunciados nesta segunda-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em razão da Rio+20, revelam um percentual de desmatamento de 54% na área do pampa.

 Uma das principais causas do risco ambiental sofrido pelo pampa é a invasão da monocultura do eucalipto e a instalação de barragens visando à ampliação das áreas de arroz irrigado. O pampa é o único bioma do país que fica apenas em um estado.

 Os campos do Sul são seguidos pelo Cerrado que, em 2010, fora desmatado em 49%. Na Caatinga, até 2009, eram 46%, cabendo o menor valor relativo ao Pantanal, com 15%.

 O número de focos de desmatamento detectados pelos satélites caiu quase 50% em 2011 em relação a 2010. Desde 2004 ocorre queda no desflorestamento da Amazônia. A área desflorestada anualmente caiu de mais de 25.000 Km² para menos de 10.000 Km² atualmente. Mesmo com a redução, a área desflorestada se aproxima hoje dos 20% da área florestal original da Amazônia.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Oficina para discutir áreas prioritárias para conservação e restauração é realizada na Bacia do Camaquã, Rio Grande do Sul

Representantes do governo, empresas parceiras, universidades e produtores rurais participaram da Oficina “Conservação, restauração e aplicação de boas práticas nos municípios de Amaral Ferrador, Encruzilhada do Sul, Canguçu, Cristal e Camaquã”, realizada pelo WWF-Brasil e TANAC/TANAGRO, no dia 08 de novembro. O evento ocorreu em Cristal, RS, e teve como objetivo compartilhar e discutir com a comunidade e especialistas os eixos de ação do projeto “Manejo, conservação e restauração de florestas no bioma Mata Atlântica”, além de validar as áreas prioritárias para restauração e conservação da Mata Atlântica na região.
 
O projeto possui três eixos principais de atuação: o primeiro, voltado para Conservação e Restauração da Mata Atlântica; o segundo focado na Promoção de boas práticas e de conceito de Novas Gerações de Plantações Florestais (NGP); e, por último, o eixo que visa aprofundar na mudança de mercado e novos negócios florestais sustentáveis.
 
Conheça a TANAC S.A
 
Fundada em 1948, a TANAC S.A. é hoje a maior e uma das mais modernas unidades de produção de taninos e seus derivados no mundo. A empresa desenvolve extratos vegetais para a indústria do couro, coagulantes ambientalmente favoráveis para o tratamento de águas e efluentes industriais, adesivos para madeira, além de cavacos de madeira para a indústria de papel e celulose, e pellets para a geração de energia. A TANAC S.A. possui as certificações ISO 9001 e 14001 e exporta os seus produtos para mais de 70 países.
 
A TANAGRO S.A. é a unidade florestal da TANAC, sendo atualmente a maior produtora individual de Acácia-Negra (Acacia mearnsii) no mundo, com mais de 24.000 hectares de florestas plantadas. Em atividades de manejo florestal, cerca de 600 trabalhadores estão envolvidos, desenvolvendo suas funções em conformidade com os princípios e critérios do FSC® - Forest Stewardship Council® e ISO 9001.
 
Sobre o WWF-Brasil
 
O WWF-Brasil é uma organização não-governamental brasileira dedicada à conservação da natureza com os objetivos de harmonizar a atividade humana com a conservação da biodiversidade e promover o uso racional dos recursos naturais em benefício dos cidadãos de hoje e das futuras gerações.
 
Criada em 1996, a organização desenvolve projetos em todo o país e integra a Rede WWF, a maior rede independente de conservação da natureza, com atuação em mais de 100 países e o apoio de cerca de 5 milhões de pessoas, incluindo associados e voluntários.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

No Dia do Turismo, Cisne Branco reabre para visitação em Porto Alegre


Barco turístico fica, primeiramente, disponível apenas para visitação.
Foram oito meses sem funcionar após temporal que virou a embarcação.

Do G1 RS
Embarcação ficou desativada por oito meses após temporal (Foto: Joyce Heurich/G1)Embarcação ficou desativada por oito meses após temporal (Foto: Joyce Heurich/G1)
Depois de virar com o vento forte no temporal que atingiu Porto Alegre no fim de janeiro, o barco Cisne Branco, um dos símbolos turísticos da capital gaúcha, foi reaberto nesta terça-feira (27), data que marca o Dia Mundial do Turismo. Pelo menos 150 pessoas estiveram no Cais do Porto pela manhã para prestigiar a reabertura.
Inicialmente, o barco receberá apenas visitação. Para que possa voltar a navegar, é necessária uma vistoria realizada pela Capitania dos Portos. O que deve ocorrer até a próxima semana, conforme expectativa da proprietária da embarcação, Adriane Hilbig.
Foram oito meses sem o Cisne Branco nas águas do Guaíba. Após o barco virar com o vento, os trabalhos para fazer com que ele flutuasse novamente duraram 58 dias. E foi aqui que ficou constatado que ele precisaria de uma reforma quase completa. Sobrou somente a estrutura.
Cisne Branco é reinaugurado em Porto Alegre (Foto: Joyce Heurich/G1)Embarcação está aberta para visitação (Foto: Joyce Heurich/G1)
Levado para um estaleiro de São Jerônimo, na Região Metropolitana, às margens do Rio Jacuí, o Cisne Branco foi reformado. Foram seis meses de trabalho na recuperação do casco, e apenas 15 dias para colocação de mobiliário interno, piso, forro, instalação de itens de segurança e pintura.
Durante a inauguração, o cheiro da tinta branca fresca ainda estava no ar. "Só a casca ficou, é um barco novo", explica a arquiteta Ágatha Arboitte, que, ao lado de Monique Fontes, assina o projeto da reforma e ocupa o posto de madrinha da embarcação.
O custo total foi de R$ 1,5 milhão, quantia doada por empresas. O primeiro teste na água ocorreu no começo de setembro.
Estrutura do Cisne Branco foi a única parte aproveitada (Foto: Joyce Heurich/G1)Estrutura do Cisne Branco foi a única parte
aproveitada (Foto: Joyce Heurich/G1)
Não ficou confirmado o que exatamente causou a destruição do barco, mas a hipótese levantada na época foi que o vento jogou o Cisne Branco várias vezes contra o cais, quebrando as janelas da embarcação. A água entrou, desestabilizando o barco, que acabou virando.
O Cisne Branco é utilizado para turismo fluvial, entretenimento e lazer flutuante. Também fica disponível para passeios e eventos empresariais e sociais.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Pelo menos cinco estados já planejam privatizações Objetivo é conseguir, via apoio do BNDES, abater dívida com União


28 de junho de 2016

O Globo

Manchete : Pelo menos cinco estados já planejam privatizações
Objetivo é conseguir, via apoio do BNDES, abater dívida com União

Cedae e gaúchas Sulgás e CEEE, de energia, poderão ser concedidas

Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Pará e São Paulo já estudam privatizar estatais, com o apoio do BNDES, como parte da renegociação das dívidas estaduais com a União, informam MARTHA BECK E BÁRBARA NASCIMENTO. Além da Cedae, empresas como a capixaba Cesan, de saneamento, e as gaúchas Sulgás e CEEE, de energia, estão na mira. Minas Gerais também cogita vender ativos. (Pág. 15)

Aéreas terão nova regra
Com a abertura do setor aéreo a estrangeiras, governo estuda mudar ICMS para adequar mercado a práticas internacionais. (Pág. 16)
Dilma atuou em decreto, mas não em pedaladas
Perícia técnica do Senado feita para a comissão do impeachment concluiu que tanto as pedaladas quanto os decretos liberando créditos sem autorização do Congresso violaram a lei. No caso dos decretos, o laudo aponta atuação direta de Dilma, mas não nas pedaladas. (Pág. 3)
Rio agora enfrenta pressão da polícia
Policiais fazem paralisação em protesto contra crise na Segurança, que pode ter verba remanejada para metro









Postado por: Enrique de Mello Albuquerque

terça-feira, 10 de maio de 2016

Manifestantes pró-governo liberam rodovias federais no RS

Os manifestantes contrários ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff liberaram todas as estradas federais que eram alvo de bloqueio desde o início da manhã desta terça-feira, 10, no Rio Grande do Sul. Ao longo do dia, mais de 10 trechos tiveram o trânsito interrompido. Os atos fazem parte do Dia Nacional de Paralisações e Mobilização contra o Golpe, com eventos em diversos Estados. Os manifestantes levaram cartazes e gritaram palavras de ordem em defesa do governo federal. Em alguns pontos, houve queima de pneus.

Ao longo da manhã, as autoridades negociaram com as lideranças dos protestos para desalojar as rodovias. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF-RS), por volta do meio-dia todas as estradas federais no RS estavam liberadas. Às 14 horas, não havia nenhum novo foco de manifestação.

No início da tarde, no entanto, ainda havia pontos de mobilização em rodovias estaduais, como no km 224 da RSC-471, em Encruzilhada do Sul, e no km 380 da RSC-377, em Alegrete. De acordo com o Comando Rodoviário da Brigada Militar, neste segundo ponto estão reunidas cerca de 70 pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Há três assentamentos nas proximidades do local. Outras vias estaduais já foram liberadas.

Os protestos desta terça foram convocados pela Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem Medo. O objetivo, de acordo com os organizadores, é chamar a atenção da sociedade sobre a possibilidade de afastamento da presidente Dilma e pressionar senadores a votarem contra a admissibilidade do processo na quarta-feira, 11.

Vários Estados

De acordo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), há manifestações registradas em vários Estados, como Bahia, Espírito Santo, Amazonas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.

Durante a manhã, a Frente Brasil Popular, fez uma convocatória para que os manifestantes fossem às ruas. "Vai ter muita luta em defesa da democracia! O Brasil diz não contra o golpe!", diz uma mensagem postada no Facebook.

A CUT informou que os atos em todo o País são "em defesa da democracia, dos direitos trabalhistas sociais e humanos".

São Paulo

A Avenida 23 de Maio, importante via da capital paulista, foi bloqueada nos dois sentidos na altura do Terminal Bandeira, no Centro. Os manifestantes atearam fogo em madeira e pneus e liberaram a pista por volta das 8h30.

Houve também protesto na rodovia Hélio Smidt, que dá acesso ao Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, e na Marginal do Pinheiros. Os manifestantes também interditaram a Marginal do Tietê, perto da Ponte do Tatuapé, sentido Castelo Branco. Na rodovia Raposo Tavares, no sentido São Paulo, o protesto foi de um grupo é formado por estudantes que reivindicam melhorias na merenda.

Interior paulista

Reivindicações salariais misturadas a protestos contra o processo de impeachment paralisaram o transporte coletivo em 11 cidades da região de Sorocaba durante o período da manhã. Em Sorocaba, os ônibus circularam das 4 às 6 horas e foram recolhidos às garagens.

Milhares de pessoas não conseguiram chegar ao trabalho. Manifestações dos sindicatos dos motoristas e dos metalúrgicos, ligados à CUT, interromperam o trânsito nos principais corredores viários. Um dos protestos foi realizado em frente à prefeitura.

Em Tatuí e Itapetininga, o transporte urbano também foi paralisado. Nas três cidades, a previsão era de que o serviço fosse retomado entre 10 e 11 horas. O sindicatos alegam falta de atendimento às reivindicações salariais de motoristas e cobradores, mas também criticam a tentativa de afastamento da presidente Dilma.

A greve se estendeu ao transporte urbano e intermunicipal de Votorantim, São Roque, Alumínio, Mairinque, Araçoiaba da Serra, Salto de Pirapora, São Miguel Arcanjo e Itapeva.

Rio de Janeiro

Manifestantes contrários ao processo de impeachment bloquearam duas rodovias importantes do Rio, entre a madrugada e a manhã desta terça-feira. A Rodovia Rio-Santos foi fechada nos dois sentidos, por volta das 6h40, na altura do município de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio. Segundo a PRF, os manifestantes espalharam pela pista pneus que incendiaram, na altura do quilômetro 394. Alguns portavam bandeiras da CUT. Por volta das 8 horas, a pista foi totalmente liberada.

Durante a madrugada, por volta das 4h50, os manifestantes também interditaram parcialmente a pista sentido Rio de Janeiro da Rodovia Presidente Dutra, na altura do município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Eles também atearam fogo em pneus, o que exigiu a atuação de bombeiros. A via foi totalmente liberada às 5h30. Outro grupo de manifestantes se concentrava, por volta das 9 horas, na entrada principal da Refinaria Duque de Caxias (Reduc).

Paraíba

Em João Pessoa, o bloqueio foi no quilômetro 35 da BR-230. O trânsito está totalmente interditado para quem segue paras as cidades de Campina Grande, no interior paraibano, e Natal, no Rio Grande do Norte. Os protestos também são liderados pela Frente Brasil Popular, com grupos espalhados em vários pontos da cidade.

Eles fecham ainda o acesso a trens e a empresas de ônibus coletivo. Em Campina Grande, a interdição é na rotatória da BR-230 que dá acesso à cidade.

Rio Grande do Norte

Em Natal, o serviço de ônibus foi paralisado na região metropolitana durante a manhã. De acordo com a prefeitura da capital potiguar, táxis e ônibus fretados foram autorizados a fazer lotação durante a paralisação. Manifestantes também queimaram pneus no acesso ao campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), vizinho ao viaduto na BR-101.

Pernambuco

O MST fez várias interdições no Estado, segundo a PRF. No interior, o trânsito está bloqueado nas dois sentidos das BRs 232, em Pesqueira, Agreste pernambucano, e na 101, em Goiana, na Zona da Mata. Já na Região Metropolitana do Recife, o protesto é no quilômetro 83 da BR-101, em Jaboatão dos Guararapes.

Paraná

De acordo com a PRF, manifestantes do MST interditaram a Praça de Pedágio de Witmarsum, no quilômetro 340 da BR-277, em Palmeira. No Centro de Curitiba, foram colocados diversos balões em forma de coração, com a frase "Fica querida", em defesa da presidente Dilma.

Bahia

Os manifestantes fecharam vários trechos de rodovias baianas. No quilômetro 523 da BR-324, em Feira de Santana, a via foi interditada no sentido Salvador. Na mesma rodovia, em Candeias, o protesto fechou uma pista no sentido Feira de Santana. Já em Itabuna, a interdição foi no quilômetro 508 da BR-101. Na capital baiana, movimentos sociais interditaram a Avenida Suburbana.

Mato Grosso do Sul

De acordo com a CUT, apesar da chuva que cai no Estado, a BR-267 foi interditada no início da manhã.

EM

Postado por: Ygor I. Mendes

sábado, 7 de maio de 2016

CAR atinge mais de 80% da área prevista




Nos últimos cinco dias, 16,2 milhões de hectares foram incluídos no sistema. Região Norte fecha 100% do Cadastro Ambiental Rural.
O Sistema de Cadastramento Ambiental (Sicar) já é o maior banco de dados de base territorial do mundo. Com 352 milhões de hectares cadastrados na quinta-feira (05/05), atinge 82% da área passível de cadastro no país. O banco de dados torna-se, assim, uma radiografia minuciosa das florestas, bacias hidrográficas, biodiversidade  e uso da terra no Brasil.  “Estamos revelando um novo Brasil”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Ela anunciou, nesta sexta-feira (06/05), os novos números do CAR, salientando que o prazo foi estendido apenas para os pequenos produtores. Informou, também, que caso passe a emenda em tramitação no Congresso, prorrogando o período de inscrições para todos, irá recomendar o veto à presidenta Dilma Rousseff. Segundo ela, o que motivou a alteração foi a situação das pequenas propriedades, principalmente no Nordeste e o fato de eles aderirem prontamente.

A região Norte tem toda a sua área cadastrada, com 100% de registro. Em seguida vem o Sudeste, 80,88%. A região Sul, que vinha com os menores percentuais, chegou a 64,74%, superando o Nordeste, que tem 59,44%.

Veja o Boletim Informativo acessando este link: [LINK] http://www.florestal.gov.br/cadastro-ambiental-rural/numeros-do-cadastro-ambiental-rural [/LINK]

Esses dados mostram com mais precisão a realidade fundiária e ambiental brasileira e surpreendem por revelarem uma área conservada de floresta que pode ser do mesmo tamanho da que o Brasil destina a Unidades de Conservação. Quase 97 milhões de hectares até agora.

Se for considerado os dados oficiais do Censo Agropecuário de 2006, do IBGE, o CAR atingiu 97% da área cadastrável.

RETRATO INÉDITO

O Governo Federal já havia mapeado a situação em terras públicas, mas pela primeira vez tem um retrato da situação das áreas de preservação ambiental, reservas legais e áreas de uso restrito em terras privadas.  O diagnóstico georreferenciado, em princípio voltado para a área ambiental, permitirá também ao setor produtivo contar com dados para a gestão das atividades produtivas relacionadas a terra.

Com a ampliação do prazo para os pequenos produtores até 5 de maio de 2017, o sistema entra em manutenção após registrar, em março e abril, 57 milhões de hectares. Os dados do Sicar surpreendem pelo detalhamento, chegando a registrar o número de nascentes do país, bacias e microbacias, áreas remanescentes e até a estrutura fundiária por município. “Ninguém tem isso no mundo”, comemorou o diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro, Raimundo Deusdará Filho.

Entre março e abril, a expectativa de vencimento do prazo, previsto inicialmente para 5 de maio de 2016, levou o sistema a registrar, em apenas cinco dias, mais de 16 milhões de hectares. O pico de acessos foi de 2 milhões de hectares inscritos no período de uma hora. O SFB incluiu, também, 27 milhões de hectares em áreas protegidas e 43 milhões de assentamentos da Reforma Agrária.

O que mais chamou a atenção dos técnicos que operam o sistema é que 54% dos cadastrados com passivo ambiental a restaurar aderiram ao Programa de Recuperação Ambiental (PRA). Para Deusdará, isso demonstra que os proprietário rurais “estão interessados em regularizar sua situação ambiental.”  Agora, o Sicar estará em manutenção nos próximos dias.

MMA

Postado por: Ygor I. Mendes

sábado, 30 de abril de 2016

Quebra de 57% na safra da uva é a maior já registrada no Rio Grande do Sul

A safra da uva no Rio Grande do Sul sofreu este ano a maior quebra já registrada no estado: uma redução de 57% em relação à colheita do ano passado. Segundo dados preliminares do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), foram colhidos em 2016 apenas 302,2 milhões de quilos de uva em território gaúcho. Em 2015, a safra alcançou 702,9 milhões de quilos.

A principal causa da quebra histórica foi uma sucessão de fatores climáticos que prejudicaram o desenvolvimento das uvas ao longo do ano, como geadas e excesso de chuvas. Como consequência do prejuízo, o preço de produtos derivados da uva, como vinhos e sucos, deverá sofrer acréscimo.

Já os viticultores (produtores de uva) estão preocupados com o fato de a quebra ter ocorrido justamente em um ano em que o custo da produção foi maior, devido ao aumento dos preços dos insumos e dos impostos no estado. Com a colheita de menos da metade do esperado em volume de frutos, muitos deles terão dificuldades para investir na próxima safra.

“Está sendo difícil compensar o prejuízo. Se os produtores repassarem todo o custo de produção para o preço do produto, não conseguem vender nada. Eles vão ter que assumir alguns desses custos”, disse Dirceu Scottá, presidente do Ibravin.

A necessidade de aumentar o preço final dos produtos da uva é encarada com preocupação pelos produtores. “Considerando o aumento dos impostos e a situação econômica do país, estamos estimando uma queda de pelo menos 10% no consumo este ano”, afirmou Itacir Pozza, presidente da Vinícola Aurora. A cooperativa, composta por 1.100 famílias de viticultores, teve um prejuízo menor do que a média estadual: recebeu 51,3% do volume correspondente à safra de 2015 — um total de 33,6 milhões de quilos de uva.

O Rio Grande do Sul é o maior produtor de uva do Brasil. O estado responde por cerca de 90% de toda a produção nacional, conforme os números do Ibravin. Em terras gaúchas, existem em torno de 15 mil propriedades vitícolas que abrangem área total de 40 mil hectares. A maior parte delas está localizada na Serra, no nordeste do estado, e na região da Campanha, na metade sul do território gaúcho.

Quebra histórica

Os viticultores mais antigos da Serra gaúcha afirmam que não se lembram de um resultado tão baixo quanto o de 2016. Remy Valduga, 75 anos, trabalha nas terras herdadas do pai, no Vale dos Vinhedos — região localizada entre os municípios de Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul e Garibaldi. Segundo ele, a quebra da última colheita é histórica.

“Houve algumas quebras no passado que foram esporádicas, regionais. Eu nunca havia visto uma tão abrangente quanto a deste ano, que atingiu toda a população dos produtores de uva”, afirmou o viticultor. Ele contou que perdeu 70% da safra em sua propriedade, de um hectare e meio: “Eu esperava produzir entre 60 mil e 70 mil quilos, mas só consegui colher cerca de 22 mil quilos”.

Nos arquivos do Ibravin não existem registros de um resultado tão ruim quanto o da safra 2016, no Rio Grande do Sul. “Em conversas com os mais velhos, nós chegamos à conclusão de que essa é a maior quebra em mais de 50 anos”, afirmou o presidente do instituto, Dirceu Scottá.

O presidente da Aurora, Itacir Pozza, lembrou que uma safra em 1982 também foi prejudicada pela geada. “Mas, depois, não teve tanta chuva e granizo quanto no ano passado. Uma quebra como essa que estamos enfrentando, creio que seja a primeira vez”, disse Pozza.

Pouco volume, qualidade superior

Apesar do volume da colheita ter sido decepcionante para os produtores, a qualidade da uva da safra 2016 empolgou os apreciadores de vinho. “Eu comentei com outros enólogos [especialistas na produção de vinhos] que achei uma pena essa safra ter sido tão pequena, porque ela foi excepcional”, destacou Scottá. Ele afirmou, no entanto, que foi justamente a redução da quantidade de frutos nas videiras que elevou a qualidade da uva.

Itacir Pozza comentou como funciona a relação entre quantidade e qualidade na viticultura: “Quando há menos uvas na videira, ela consegue concentrar mais energia em cada fruto. Isso é próprio da planta”.

A baixa produção na safra 2016 também é vista pelos produtores como uma esperança para a próxima colheita. “A planta conseguiu descansar melhor este ano. Ela guardou mais energia e se prepara para uma safra maior no ano que vem”, estimou Pozza.

Scottá lembrou, no entanto, que existem parreirais onde as videiras foram danificadas pela geada e pelos granizos: “Isso deve afetar os próximos dois anos de produção. Também temos que considerar que nem todos os viticultores estarão capitalizados o suficiente para investir em uma safra cheia para 2017”.

Produção aliada ao turismo

O produtor Remy Valduga, que perdeu 70% da colheita em seu parreiral, garantiu que está preparado para superar o prejuízo da safra. Além das uvas, ele disse que tem outras fontes de renda: além de escritor com vários livros publicados, está investindo no ramo de turismo. Valduga, de 75 anos, recebe viajantes em sua propriedade durante todo o ano.

“O turista chega aqui e não está preocupado se a safra foi boa. Ele vem atraído por um idioma diferente, por um cenário diferente, por uma cultura diferente e por um cardápio diferente. A vitivinicultura é o grande cartão de visitas da Serra gaúcha”, ressaltou.

A oportunidade de investir no turismo também atraiu o produtor Raimundo Zucchi. Ele tem um terreno na Linha Eulália, zona rural de Bento Gonçalves, onde planta sete variedades de uva. Há dois anos e meio, ele transformou a propriedade em um sítio de lazer para receber visitantes. A nova infraestrutura inclui churrasqueiras, lagos para pescarias e uma cabana para a venda de souvenirs e produtos coloniais.

“É preciso se aperfeiçoar para começar. Quem diz que vai fazer turismo em seis meses, um ano, não entende nada do assunto”, afirmou o viticultor, de 55 anos. Ele lembrou que fez um curso de quatro anos para garantir a administração do negócio. Zuchi pretende transformar o turismo na principal economia da propriedade.

“No momento, a uva ainda é a principal fonte de renda, mas eu espero que isso mude com o tempo. Com a quebra da última safra, o dinheiro que entrou não vai dar nem para pagar as despesas. Vou precisar de pelo menos dois anos para recuperar o prejuízo”, revelou.

Dirceu Scottá afirmou ainda que vê no turismo uma excelente saída para diversificar a economia dos viticultores. Para ele, a alta do dólar vai recompensar, em 2016, aqueles que investiram no setor porque, na sua opinião, as pessoas tendem a viajar mais dentro do próprio país.

“Mesmo no verão, tivemos um grande movimento de turistas aqui na Serra. A expectativa de o inverno começar mais cedo também anima esse setor econômico. Os produtores que estão investindo no turismo rural certamente estão conseguindo reverter melhor a quebra da safra da uva”.

Cronologia

Em 2015, o inverno — que vai de junho a setembro — foi brando no Sul do País. Com o frio reduzido, as videiras não “repousaram” nessa estação do ano. O calor chegou em agosto, mais cedo do que de costume, e os brotos começaram a nascer antes da época.

Em setembro, mês de entrada da primavera, um frio repentino causou a formação de geadas no Rio Grande do Sul. Os gaúchos costumam dizer que esse fenômeno “queima” as plantas. As geadas danificaram boa parte dos brotos prematuros das videiras.

Nos meses seguintes, outubro e novembro, o estado foi castigado por grande volume de chuvas  — que causou enchentes em rios e alagamentos em várias cidades. Nas plantações de uva, a precipitação de água prejudicou a floração dos poucos brotos restantes das videiras. A ação dos agentes polinizadores, como as abelhas, também foi reduzida com as chuvas. O excesso de umidade propiciou o desenvolvimento de fungos e doenças nos parreirais.

Em dezembro de 2015 e em janeiro de 2016, várias plantações foram atingidas por chuvas de granizo. As pedras de gelo danificaram ainda mais as videiras e também os cachos de uva que já estavam em fase de maturação.

UVAS PROCESSADAS NO RS*

Ano        Milhões de kg

2016            302,2

2015            702,9

2014            606,1

2013            611,3

2012            696,9

2011            709,6

2010            526,8

*Fonte: IBRAVIN/MAPA/SEAPI-RS (Cadastro Vinícola)

Agência Brasil

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Justiça mantém liminar que reduziu tarifa de ônibus em Porto Alegre

A prefeitura de Porto Alegre informou por meio de nota, ainda na noite de quarta-feira (24) que recorreu da decisão liminar que suspendeu o aumento a tarifa do transporte público, mas o pedido foi negado nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (25). No entanto, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou que precisaria de 24 horas para mudar o valor cobrado, por isso, usuário do cartão de transporte integrado TRI pagarão pelo valor mais alto, mas serão ressarcidos dentro de até cinco dias.

Isso significa que passageiros que optarem por pagar em dinheiro serão cobrados em R$ 3,25, mas quem utilizar o TRI pagará R$ 3,75 para ônibus e R$ 5,60 para lotação. A diferença será creditada de volta dentro de até cinco dias. Ainda de acordo com a prefeitura, se a liminar não for revertida, na sexta-feira (26) será cobrado o valor reduzido.
A justificativa da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) é de que precisaria de ao menos de 24 horas para para reprogramar a cobrança nos veículos. A prefeitura afirmou que recebeu a decisão que reduziu a tarifa às 21h de quarta, na qual a Justiça determinava que os valores deveriam ser reduzidos a partir das 6h desta quinta-feira (25).
“São mais de dois mil veículos (entre ônibus e lotações) para serem retirados  de circulação e reprogramados, considerando que a operação do dia 24 termina na madrugada e a operação do dia seguinte inicia-se às 4h”, diz um trecho da nota.

Junto a isso, a prefeitura informa que não ocorreram ilegalidades no processo de reajuste da tarifa, cujo valor foi normatizado com base na inflação do período. Em entrevista à rádio Gaúcha o diretor presidente da EPTC Vanderlei Cappellari afirmou que o valor foi determinado na licitação. "Um dos critério foi a escolha pela menor tarifa, não teve planilha de custos", justificou.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Violência e disputa do tráfico marcam o fim de semana em Porto Alegre

Uma operação da Polícia Militar em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, prendeu um homem e apreendeu um menor de idade, na madrugada da segunda-feira (22). No fim de semana, a guerra por pontos de vendas de drogas matou duas pessoas que não tinham nada a ver com o tráfico.

Os tiroteios começaram na noite de sexta-feira (19), na Vila Cruzeiro, onde os bandidos anunciaram: “É o bonde da V7.
O bonde da V7 é uma das facções que disputam o tráfico de drogas na região.
Depois de 24horas, houve outro tiroteio em outro bairro da cidade. Dessa vez, foi em Bom Jesus, onde centenas de tiros foram disparados contra locais que funcionariam como pontos de tráfico.
“Existe uma disputa entre integrantes de vários grupos em relação a uma única facção, pelo poder dela, pela forma como executa suas vítimas e também pelo território que ocupa”, explicou Émerson Wendt, chefe de polícia de Porto Alegre.
Nesse tiroteio, duas pessoas morreram e 10 ficaram feridas. A maioria delas não tem antecedentes criminais e nada a ver com o tráfico de drogas.
“A maioria das pessoas feridas eram transeuntes. Estavam passeando ali, fazendo compras no mercado e acabaram sendo feridas pela troca de tiros”, disse o major Dagoberto Albuquerque da Costa, comandante do 20º Batalhão da Polícia Militar.
Entre os cartuchos recolhidos depois do tiroteio estavam o de um fuzil que tem capacidade de atravessar paredes e de alcançar até um quilômetro de distância.
O poder de fogo das quadrilhas já não é novidade para a Polícia Civil gaúcha. Só neste ano, 650 armas foram apreendidas no estado, 10 eram fuzis e uma submetralhadora. A polícia garante que vai intensificar as ações para evitar que o armamento continue chegando nas mãos dos bandidos.
As pessoas que moram em Porto Alegre, principalmente nesses bairros, estão com medo. “O dia a dia é com medo. Antes era um movimento na rua, mas agora ninguém mais quer sair, com esse calorão ninguém sai mais pra rua. Todo mundo fica fechado dentro de casa. É o único jeito, fechado dentro de casa”, diz a vendedora Evelaine Oliveira.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Limpeza total de Porto Alegre levará mais de 15 dias, diz prefeitura

O prefeito em exercício de Porto Alegre, Sebastião Melo, disse nesta segunda-feira (1º) que a limpeza total das ruas deve demorar mais de 15 dias e que o trabalho, neste momento, está concentrado no restabelecimento de energia elétrica. Um forte temporal a cidade na última sexta (29), com ventos de mais de 120 km/h que danificou prédios e derrubou árvores e postes, causando entre outros transtornos.


O boletim mais recente divulgado pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) aponta que 41 mil clientes ainda estão sem luz. Deste número, 17 mil estão sem o serviço há mais de 48 horas. Os bairros mais afetados são Petrópolis, Bom Fim, Menino Deus, Bom Jesus e Centro.
“Serão mais de 15 dias para que a cidade fique limpa. Estamos desobstruindo as vias, mas não será possível limpar tudo em um primeiro momento. Estamos liberando as vias, deixando as árvores nos canteiros para que depois sejam recolhidas”, afirmou o prefeito.
Além disso, de acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), 34 semáforos ainda estão fora de operação na manhã desta segunda (1º) por conta da falta de luz. A EPTC reforça que os motoristas tenham atenção redobrada, porque também há árvores obstruindo ruas e há 24 pontos bloqueados na capital (veja a lista abaixo).
- Barão do Triunfo entre Getúlio Vargas e Praia de Belas
- General Caldwel entre Érico Verissimo e Getúlio Vargas
- Botafogo entre Getúlio Vargas e Gonçalves Dias
- Dona Augusta com Dona Sofia
- Ganzo próximo ao Praia de Belas
- Bastian com Praia de Belas
- Oscar Bittencourt com Praia de Belas
- Marcílio Dias
- Visconde do Herval com Visconde Lopes
- Polônia com Voluntários da Pátria
- Polônia com Roosevelt
- Anita Garibaldi com Mariland
- Barão do Amazonas com Artur de Azevedo
- Vasco da Gama com Mariante
- João Telles com Independência
Melo ainda pediu ajuda para que a limpeza ocorra de forma mais rápida. “Queremos fazer ainda um pedido para os empresários para que possam nos fornecer motosserras e pessoas capacitadas a operá-las porque temos o equipamento, mas em número limitado”, explicou o prefeito em exercício.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Tragédia da Kiss completa 3 anos em meio à luta de familiares por justiça

O incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, completa nesta quarta-feira (27) três anos. Na madrugada de 27 de janeiro de 2013, centenas de jovens foram intoxicados pela fumaça produzida pela queima de uma espuma acústica após o vocalista da banda que tocava na festa "Agromerados" ter acendido um artefato pirotécnico dentro do estabelecimento. A tragédia terminou com 242 mortos e mais de 600 feridos.
Desde então começou a luta dos sobreviventes e familiares contra as sequelas físicas e psicológicas, cujo processo passa também pela busca por justiça. O ano de 2015 foi marcado pelo depoimento dos quatro réus do processo judicial que vai determinar as responsabilidades pela morte de 242 pessoas naquela fatídica noite em Santa Maria e pela condenação e elevação das penas, em segundo grau, de bombeiros envolvidos na fiscalização da boate. Eles foram condenados por terem atestado que a boate estava apta a funcionar, mesmo tendo consciência de que não atendida todas as normas, e por terem ignorado procedimentos de fiscalização.
Outro fato que marcou o ano passado foi a investida do Ministério Público na Justiça contra três representantes de entidades que reúnem pais de vítimas da tragédia. Os presidentes da Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Sérgio da Silva, e do Movimento Santa Maria do Luto à Luta, Flávio José da Silva, foram processados por calúnia por terem fixado cartazes na cidade relacionando um promotor à tragédia. Outra ação foi movida contra o diretor jurídico da AVTSM, Paulo Tadeu Nunes de Carvalho, por dois promotores que se sentiram ofendidos por um artigo publicado nos principais jornais de Santa Maria.
A madrugada em que a tragédia completou três anos foi marcada por mais uma vigília em frente à boate. A partir das 20h de terça (26), familiares iniciaram uma caminhada até a frente da boate, cuja fachada foi pintada de preto e grafitada por estudantes. O dia deve ter homenagens, shows musicais e uma missa realizada na cidade de Santa Maria para lembrar os mortos.
Busca por responsabilização de agentes públicos
Mas para os familiares das vítimas, o que realmente vai marcar os três anos da tragédia é a busca pela responsabilização dos agentes públicos com um processo na Corte Interamericana de Direitos Humanos, alegando a violação do direito à Justiça por parte do Estado brasileiro.

A denúncia, que deve ser protocolada no mês que vem, e que será apresentada para as famílias das vítimas na tarde desta quarta-feira (27), será encaminhada ao tribunal da Organização dos Estados Americanos (OEA) sob alegação de que não houve processo judicial contra nenhum agente do Estado envolvido na tragédia.
A notícia sobre o processo que será movido pelos familiares veio no mesmo dia em que um dos réus no processo – Elissandro Spohr, o Kiko, um dos sócios da boate – anunciou que vai processar agentes e órgãos públicos por terem permitido que sua boate funcionasse, sem que fosse realizada uma fiscalização efetiva da situação, o que, segundo ele, apontaria os problemas da casa noturna. Em seu depoimento à Justiça, Kiko disse que o prefeito da cidade, Cezar Schirmer, deveria estar no banco dos réus com ele.
No processo protocolado na terça-feira (25), Kiko pede 40 salários mínimos de cada um dos 15 agentes públicos ou instituições processados por ele, totalizando mais de R$ 500 mil, que serão, segundo o defensor de Kiko, doados para os familiares das vítimas.
Em relação ao processo judicial que tramita na Justiça de Santa Maria, foi encerrada a fase de instrução com os depoimentos dos réus no processo. Agora, os advogados devem apresentar as teses finais de defesa até o dia 20 de abril. Enquanto isso, familiares de jovens que perderam a vida na tragédia prometem não arrefecer os ânimos na luta por justiça.
Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013. A tragédia matou 242 pessoas, sendo a maioria por asfixia, e deixou mais de 630 feridos. O fogo teve início durante uma apresentação da banda Gurizada Fandangueira e se espalhou rapidamente pela casa noturna, localizada na Rua dos Andradas, 1.925.
O local tinha capacidade para 691 pessoas, mas a suspeita é que mais de 800 estivessem no interior do estabelecimento. Os principais fatores que contribuíram para a tragédia, segundo a polícia, foram: o material empregado para isolamento acústico (espuma irregular), uso de sinalizador em ambiente fechado, saída única, indício de superlotação, falhas no extintor e exaustão de ar inadequada.
Ainda estão em andamento os processos criminais contra oito réus, sendo quatro por homicídio doloso (quando há intenção de matar) e tentativa de homicídio, e os outros quatro por falso testemunho e fraude processual. Os trabalhos estão sendo conduzidos pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada. Sete bombeiros também estão respondendo pelo incêndio na Justiça Militar. O número inicial era oito, mas um deles fez acordo e deixou de ser réu.
Entre as pessoas que respondem por homicídio doloso, na modalidade de "dolo eventual", estão os sócios da boate Kiss, Elissandro Spohr (Kiko) e Mauro Hoffmann, além de dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o funcionário Luciano Bonilha Leão. Os quatro chegaram a ser presos nos dias seguintes ao incêndio, mas a Justiça concedeu liberdade provisória a eles em maio de 2013.
Atualmente, o processo criminal ainda está em fase de instrução. Após ouvir mais de 100 pessoas arroladas como vítimas, a Justiça está em fase de recolher depoimentos das testemunhas. As testemunhas de acusação já foram ouvidas e agora são ouvidas as testemunhas de defesa. Os réus serão os últimos a falar. Quando essa fase for finalizada, Louzada deverá fazer a pronúncia, que é considerada uma etapa intermediária do processo.
No dia 5 de dezembro de 2014, o Ministério Público (MP) denunciou 43 pessoas por crimes como falsidade ideológica, fraude processual e falso testemunho. Essas denúncias tiveram como base o inquérito policial que investigou a falsificação de assinaturas e outros documentos para permitir a abertura da boate junto à prefeitura.

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Quem sou eu

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.