Presidente do PDT de Porto Alegre aciona neta de Brizola
Fernanda Pugliero/Correio do Povo - O presidente do PDT de Porto Alegre, deputado federal Vieira da Cunha, decidiu acionar judicialmente a deputada estadual Juliana Brizola, companheira de partido. Ele entregou ao procurador-geral de Justiça em exercício, Marcelo Dornelles, uma representação por crime contra a honra. Vieira alega que Juliana o ofendeu por meio de manifestações no Twitter.
Juliana e Vieira pertencem a alas distintas dentro do PDT. Enquanto a deputada apoia uma renovação do diretório nacional e quer indicar o irmão, o ministro do Trabalho, Brizola Neto, à presidência da sigla, Vieira pertence ao grupo que sustenta a permanência do ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi no comando. Para o deputado, o ataque feito por Juliana extrapolou o campo do debate político. "Enquanto estava nesse patamar, me cabia debater com eles nas instâncias do partido, que é o que tenho feito. Essa postagem extrapolou o debate interno.
O que houve foi uma ofensa pessoal, um crime contra a honra". A deputada relatou que as postagens no Twitter ocorreram após boatos de que, no encontro entre Lupi e a presidente Dilma Rousseff realizado na última semana, o ex-ministro teria dito que Brizola Neto não representa o partido no ministério. "Quer dizer então que, se tirar o ministro, eles ficam com a Dilma?", questionou Juliana. "Não fiz ofensa pessoal, mas falei a realidade". Segundo ela, o grupo de Lupi estaria ameaçando Dilma de retirar o PDT do governo.
Presidente estadual do PDT gaúcho, Romildo Bolzan Jr. afirmou que a indicação de Brizola Neto ao ministério foi pessoal e não partidária. "As relações na escolha do ministro que representa o partido têm que ser partidárias, e isso não foi o que ocorreu com Brizola Neto. Ele foi indicação pessoal de Dilma. Se o ministro sair, creio que o governo deveria discutir a indicação com a direção nacional", disse Bolzan, que está ao lado de Vieira. Brizola Neto foi anunciado como ministro do Trabalho em 30 de abril de 2012.
A Pasta permaneceu cinco meses sem comando, após o pedido de demissão de Lupi, pressionado por denúncias de irregularidades. Os nomes mais cotados na época eram o deputado federal Paulinho da Força (SP), o secretário nacional do partido Manoel Dias, Vieira da Cunha e o escolhido, Brizola Neto.
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