Exumação de Jango termina após 18 horas no RS
FELIPE BÄCHTOLD
ENVIADO ESPECIAL A SÃO BORJA
Depois de mais de 18 horas de trabalho, terminou no meio da madrugada desta quinta-feira (14) a exumação do corpo do presidente João Goulart (1919-76) em um cemitério na cidade gaúcha de São Borja.
A urna funerária contendo o caixão foi colocada em um caminhão da Defesa Civil do Estado às 2h25 e levada ao aeroporto de São Borja, de onde seguirá em um voo direto para Brasília.
O objetivo da exumação é verificar as causas da morte. A família e o governo federal suspeitam que Jango, como era conhecido, tenha sido envenenado por forças ligadas ao regime militar (1964-85).
Nem tudo saiu conforme o previsto no trabalho de retirada do caixão. A previsão inicial era que a exumação fosse finalizada no meio da tarde de quarta-feira, quando ocorreria um cortejo por ruas de São Borja. A ideia era dar à população local a oportunidade de homenagear o político.
Com a demora, essa manifestação não ocorreu. Ao contrário do esperado, poucos moradores se interessaram pelo ato no cemitério.
Em duas ocasiões, entre o fim da tarde e a noite, a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), que representou o governo federal nos trabalhos, fez pronunciamentos a jornalistas em frente ao cemitério afirmando que o trabalho iria se estender ainda mais.
Ela disse que isso já era previsto e que padrões "éticos" tornaram os procedimentos mais rigorosos e "morosos".
O trabalho dos peritos só foi encerrado por volta das 2h. Um termo de entrega dos restos mortais foi assinado por técnicos e por pessoas ligadas à Comissão da Verdade. A urna funerária contendo o caixão foi transportada até um caminhão com uma bandeira brasileira e uma coroa de flores.
Policiais militares bateram continência na saída da urna do cemitério. Familiares de Jango, como o filho João Vicente, acompanharam, emocionados, o deslocamento.
Em nota, a Secretaria de Direitos Humanos do governo federal informou que o processo foi concluído com "êxito" e seguiu rígidos protocolos internacionais.
RESGATE
Pela manhã, o cemitério onde ocorreu a exumação recebeu as visitas do governador gaúcho, Tarso Genro (PT), e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Deputados e autoridades locais também foram acompanhar o trabalho dos peritos.
Vários políticos falaram em promover um "resgate" da figura de Jango. O presidente foi deposto pelo golpe militar de 1964 e passou o resto da vida no exílio no Uruguai ou na Argentina.
Na manhã desta quinta-feira, a urna funerária deve chegar a Brasília, onde será recebida com honras de chefe de Estado pela presidente Dilma Rousseff. Parte das análises será feita no Instituto Nacional de Criminalística, no Distrito Federal. Não há prazo para os resultados dos exames serem divulgados.
ENVIADO ESPECIAL A SÃO BORJA
Depois de mais de 18 horas de trabalho, terminou no meio da madrugada desta quinta-feira (14) a exumação do corpo do presidente João Goulart (1919-76) em um cemitério na cidade gaúcha de São Borja.
A urna funerária contendo o caixão foi colocada em um caminhão da Defesa Civil do Estado às 2h25 e levada ao aeroporto de São Borja, de onde seguirá em um voo direto para Brasília.
O objetivo da exumação é verificar as causas da morte. A família e o governo federal suspeitam que Jango, como era conhecido, tenha sido envenenado por forças ligadas ao regime militar (1964-85).
Nem tudo saiu conforme o previsto no trabalho de retirada do caixão. A previsão inicial era que a exumação fosse finalizada no meio da tarde de quarta-feira, quando ocorreria um cortejo por ruas de São Borja. A ideia era dar à população local a oportunidade de homenagear o político.
Exumação de João Goulart
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Homens montam estrutura de apoio em torno de jazigo para
exumação de restos mortais de Jango, em São Borja (RS)
Com a demora, essa manifestação não ocorreu. Ao contrário do esperado, poucos moradores se interessaram pelo ato no cemitério.
Em duas ocasiões, entre o fim da tarde e a noite, a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), que representou o governo federal nos trabalhos, fez pronunciamentos a jornalistas em frente ao cemitério afirmando que o trabalho iria se estender ainda mais.
Ela disse que isso já era previsto e que padrões "éticos" tornaram os procedimentos mais rigorosos e "morosos".
O trabalho dos peritos só foi encerrado por volta das 2h. Um termo de entrega dos restos mortais foi assinado por técnicos e por pessoas ligadas à Comissão da Verdade. A urna funerária contendo o caixão foi transportada até um caminhão com uma bandeira brasileira e uma coroa de flores.
Policiais militares bateram continência na saída da urna do cemitério. Familiares de Jango, como o filho João Vicente, acompanharam, emocionados, o deslocamento.
Em nota, a Secretaria de Direitos Humanos do governo federal informou que o processo foi concluído com "êxito" e seguiu rígidos protocolos internacionais.
RESGATE
Pela manhã, o cemitério onde ocorreu a exumação recebeu as visitas do governador gaúcho, Tarso Genro (PT), e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Deputados e autoridades locais também foram acompanhar o trabalho dos peritos.
Vários políticos falaram em promover um "resgate" da figura de Jango. O presidente foi deposto pelo golpe militar de 1964 e passou o resto da vida no exílio no Uruguai ou na Argentina.
Na manhã desta quinta-feira, a urna funerária deve chegar a Brasília, onde será recebida com honras de chefe de Estado pela presidente Dilma Rousseff. Parte das análises será feita no Instituto Nacional de Criminalística, no Distrito Federal. Não há prazo para os resultados dos exames serem divulgados.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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