quarta-feira, 26 de junho de 2013

Auditor do trabalho é espancado durante fiscalização em obra no RS

Operação posterior encontrou 25 trabalhadores sem registro em carteira na obra, que não tinha alvará e contava com diversas irregularidades (Foto: SRTE-RS)
 
Operação posterior encontrou 25 trabalhadores sem registro em carteira na obra, que não tinha alvará e contava com diversas irregularidades (Foto: SRTE-RS)
O auditor fiscal do trabalho Sérgio Augusto de Oliveira ficou gravemente ferido durante fiscalização no município de Campo Bom, na região metropolitana de Porto Alegre (RS). Segundo a Superintendência Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul, ele foi atacado pelos donos de uma construtora enquanto fazia a fiscalização em uma obra. O caso foi encaminhado para a Polícia Federal. O nome da empresa não foi divulgado. Em depoimento à Repórter Brasil, o auditor afirmou que temeu por sua vida no ataque. “Quase me mataram lá”, resumiu.
Na profissão há 17 anos, Sérgio conta que chegou ao local sozinho na manhã de 14 de maio e foi orientado pelos funcionários a se dirigir à sala da gerente. Segundo ele, ao ser informada sobre a fiscalização, ela tentou prendê-lo em sua sala, mas, sem conseguir, chamou outras sete pessoas que, com socos e pontapés, o espancaram por meia hora até que perdesse a consciência. Ele tentou fugir quando acordou, mas foi derrubado e perdeu mais uma vez a consciência. Só na terceira tentativa conseguiu escapar. De acordo com o chefe da Seção de Fiscalização do Trabalho de Porto Alegre, José Panatto Cardoso, foi a ajuda de um dos empregados da obra que salvou a vida do auditor. Sérgio também disse que sua identidade, documentos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), celular e óculos foram furtados durante a agressão. Socorrido pela Polícia Militar, ele foi levado ao hospital e teve que se afastar por 32 dias do trabalho para se recuperar.
Após a fiscalização frustrada, o MTE organizou nova operação no local, desta vez com participação de 12 auditores fiscais e sete policiais federais. Foram encontrados então 25 trabalhadores sem carteira assinada, incluindo um garoto com menos de 16 anos. A obra não tinha alvará e foi interditada. Diversas outras irregularidades foram encontradas. O caso foi encaminhado ao Ministério Público do Trabalho, que entrou na última quinta-feira (20) com ação civil pública contra a empresa.
De acordo com José, esta é a primeira vez que um auditor fiscal é agredido em serviço na Grande Porto Alegre. Segundo ele, os auditores costumam fazer a fiscalização sozinhos quando as operações são consideradas seguras, ou em duplas se a fiscalização for em local considerado arriscado. Ele ressalta que o ideal seria todas as operações serem feitas em duplas, mas diz que faltam funcionários: “Há dez anos, a Grande Porto Alegre tinha 67 auditores fiscais, mas hoje são só 20”. Ele também diz que o problema não está restrito à região: “O próximo concurso público vai abrir 100 vagas para a contratação de auditores fiscais do trabalho em todo o país, o que não deve nem repor a quantidade de trabalhadores que se aposentaram no último ano”.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Vieira da Cunha: "Brizola, antes de tudo, era um patriota"

A notícia da morte do Governador Leonel de Moura Brizola encontrou-me na distante cidade de Pequim, na China, onde, participava da missão oficial do Estado do Rio Grande do Sul naquele país. Eram cerca de 8h25min da manhã, em Pequim - 9h25min da noite, no Brasil -, o Governador Leonel Brizola havia falecido há poucos minutos, e o seu assessor de imprensa, Fernando Brito, telefonava para me comunicar a morte.
Imediatamente, justifiquei ao Governador Germano Rigotto e aos demais membros da comitiva a necessidade de voltar para o Brasil ainda em tempo de participar das homenagens ao nosso Líder Brizola.
 Felizmente, consegui um plano de vôo Pequim-Frankfurt-São Paulo-Porto Alegre. Foram mais de trinta horas de viagem, mas consegui chegar por volta de 10 horas da manhã do dia 23 de junho, ainda em tempo de receber o corpo do Governador Leonel Brizola, no início da tarde, no Aeroporto Salgado Filho. Não poderia deixar de estar lá, porque, se uma só pessoa houvesse no Aeroporto Salgado Filho para receber o Governador Leonel Brizola, essa pessoa seria eu, haja vista os laços não só de liderado para líder que nos uniam, mas o respeito muito grande, pessoal, além de político que eu tinha com o Governador Leonel Brizola.
Acalentáramos uma relação muito próxima que se aprofundou desde 1994, quando me elegi pela primeira vez Deputado Estadual. Nossos contatos, desde aquela época, portanto, nos últimos dez anos, eram praticamente diários. Falamos por telefone na véspera de sua morte. Liguei para ele, de Pequim, porque estávamos vivendo o período das convenções partidárias e conversávamos sobre as alianças nas eleições municipais de Porto Alegre, do Rio de Janeiro e de outras capitais.
Ele estava bem, com a voz firme, dizia que se estava recuperando de uma indisposição que havia tido dias antes na cidade de Montevidéu. Lastimavelmente, na manhã seguinte, recebi a notícia da sua morte.
Meu primeiro contato pessoal com o Governador Leonel Brizola deu-se logo depois da sua chegada do exílio. Eu era Presidente do Centro Acadêmico André da Rocha, da Faculdade de Direito da UFRGS. Organizáramos um seminário intitulado Rumos da Oposição Brasileira.
 Nós, estudantes, com muita curiosidade, víamos o quadro político- partidário se formando. Nós, que havíamos crescido sob o bipartidarismo, estávamos sedentos por saber quais os partidos políticos que se reorganizariam com a reconquista da democracia no nosso País.
Trouxemos, então, para a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, os principais líderes nacionais dos partidos políticos que haviam-se reorganizado. Recordo-me de que no Plenário Farroupilha falou o líder Luiz Carlos Prestes sobre a reorganização do Partido Comunista. No Plenário João Neves da Fontoura, falou Leonel Brizola sobre a reorganização do PTB - Partido Trabalhista Brasileiro. Ainda não lhe haviam roubado a histórica sigla.
Era o ano de 1979, o Governador Leonel Brizola fez um pronunciamento sobre o que era o trabalhismo, os compromissos do trabalhismo, sobre sua trajetória histórica, sobre o Movimento de 64, enfim, sobre os grandes temas nacionais e internacionais. E eu, que, na época, tinha 19 anos de idade, era estudante, imediatamente me identifiquei com suas idéias, com o programa daquele Partido que se reorganizava, e, ali mesmo, naquela palestra, decidi que aquele seria o meu caminho político-partidário.
Em 1981, filiei-me ao Partido Democrático Trabalhista. Militei na juventude do Partido inicialmente, depois concorri a vereador, em 1982, nas primeiras eleições pós-Ditadura. Em 1986, assumi uma cadeira na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, ocasião em que tive oportunidade de prestar uma homenagem ao Governador Leonel Brizola.
Recordo bem o dia: era 27 de agosto de 1986. Essa data era muito significativa porque transcorriam 25 anos do Movimento da Legalidade. Aquele episódio histórico fez com que uma multidão tomasse a Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini, em defesa da Constituição, em defesa do regime democrático, que estava ameaçado porque as elites da época não queriam que o Vice-Presidente da República eleito, João Goulart, assumisse os comandos do destino deste País, uma vez que Jânio Quadros havia renunciado.
Foi o então Governador Leonel Brizola, jovem Governador, na época com 39 anos de idade, que comandou aquele Movimento histórico que acabou garantindo a posse do Presidente João Goulart. Ali Leonel Brizola projetou-se nacional e internacionalmente, porque aquele foi um dos maiores movimentos cívico-populares que já teve registro na nossa história. Foi um Movimento que ganhou consciências em todo o País e que acabou vitorioso, mesmo que seu brilho tivesse sido empanado pelo casuísmo do parlamentarismo.
De qualquer maneira, o golpe foi abortado, e João Goulart assumiu a Presidência da República, graças à coragem, à ousadia, à liderança, à capacidade de mobilização popular que teve o então jovem Governador Leonel Brizola.
Destaco, daquele histórico dia, um trecho do discurso que fez Leonel Brizola quando tomou conhecimento de que o Palácio Piratini estava na iminência de um bombardeio. A ordem de bombardeio partiu do 3.º Exército, e Leonel Brizola, no histórico pronunciamento, dirigindo-se ao povo gaúcho, disse o seguinte:
"Povo de Porto Alegre, meus amigos do Rio Grande do Sul! Não desejo sacrificar ninguém, mas venham para a frente deste Palácio, numa demonstração de protesto contra essa loucura e esse desatino. Venham, e se eles quiserem cometer essa chacina, retirem-se, mas eu não me retirarei e aqui ficarei até o fim. Poderei ser esmagado. Poderei ser destruído. Poderei ser morto. Eu, a minha esposa e muitos amigos civis e militares do Rio Grande do Sul. Não importa. Ficará o nosso protesto, lavando a honra desta Nação. Aqui resistiremos até o fim. A morte é melhor do que vida sem honra, sem dignidade e sem glória".
 Essas foram as palavras corajosas do líder da Legalidade, Leonel Brizola, decisivas naquele momento histórico, para que as forças da reação e do conservadorismo recuassem e o Movimento triunfasse. A coragem e a liderança de Leonel Brizola estavam demonstradas para todo o País.
Honrado que fui com a condição de orador, distinguido pela família no túmulo do nosso Governador, no Município de São Borja, disse que Leonel Brizola tinha sido o maior Governador que o Rio Grande do Sul já teve. É verdade. Não foi a emoção do momento que me fez proferir aquelas palavras, mas os fatos históricos, suas obras, suas realizações, que atestam que aquela foi uma assertiva verdadeira. 
Me referi antes ao Movimento da Legalidade e tenho também de lembrar o maior plano de escolarização que este país já testemunhou. Foram 6.300 escolas construídas em apenas quatro anos de Governo. São quase 1.600 escolas por ano. Essa obra magnífica de um Governador apaixonado pela causa da educação lançou as bases para que o Rio Grande do Sul pudesse ser hoje o Estado que tem o melhor nível de qualidade de vida do País. Tenho certeza de que isso se deve àquelas escolas, pois fizeram com que fosse desprezível o índice de analfabetismo no Rio Grande do Sul comparado ao de outros Estados do País. Graças aos pesados investimentos que Leonel Brizola fez em educação, o Rio Grande do Sul tem atualmente essa condição ímpar no contexto nacional.
Leonel Brizola fez também uma reforma agrária que até os dias de hoje é considerada uma referência positiva. Está lá o Banhado do Colégio, no Município de Camaquã, eloqüentemente testemunhando que é possível fazer um plano de distribuição de terras que permita aos nossos trabalhadores vocacionados para a produção tirarem do seu pedaço de terra o seu sustento, assim contribuindo para o desenvolvimento do Estado e do País com os frutos do seu trabalho.
Foi no Governo de Leonel Brizola que tivemos a corajosa encampação das empresas multinacionais de energia elétrica e de telefonia que emperravam o processo de desenvolvimento econômico do nosso Estado. Corajosamente, desapropriou essas empresas, fundando a Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE - e a Companhia Rio-Grandense de Telecomunicações - CRT -, que foram fundamentais para o crescimento do nosso Estado ao longo das últimas décadas.
Poderia citar a Estrada da Produção, a Refinaria Alberto Pasqualini, a Aços Finos Piratini e tantas outras obras e realizações que fizeram com que o Governo Leonel Brizola, no Rio Grande do Sul, fosse um Governo que marcou época. S. Exa. fez jus ao título de maior Governador do Estado do Rio Grande do Sul, atributo que lhe conferi sem exagero algum.
 A Legalidade, em 1961, apenas adiou o golpe que viria três anos depois. Mil novecentos e sessenta e quatro foi marcado pelo Golpe Militar. Naquela época, diversos cidadãos e cidadãs brasileiros foram perseguidos e tiveram de viver no exterior, como foi o caso de Leonel Brizola.
 A propósito, dificilmente alguém foi mais perseguido ou teve a sua vida mais virada ao avesso pela Ditadura Militar do que o ex-Governador Leonel Brizola, quando invadiram a sua casa, reviraram as suas gavetas e remexeram em seus objetos pessoais à procura de algo que pudesse comprometê-lo. Nada! Absolutamente nada encontraram que pudesse sequer arranhar a honrada vida pública ou privada deste homem que recém havia governado o Rio Grande.
Portanto, além de ser um líder corajoso e ousado, um administrador de mão cheia, inovador, Leonel Brizola tinha essa marca, a marca da honradez, da probidade. Era daqueles homens públicos com a característica da retidão de conduta. Numa época em que muitos políticos se satisfazem com as migalhas do poder, o exemplo de Leonel Brizola se agiganta, porque foi um homem que, por fidelidade aos seus princípios, rompeu com os governos que ajudou a eleger - no Rio de Janeiro, com Anthony Garotinho; no plano federal, com Luiz Inácio Lula da Silva, pois tais governantes haviam-se afastado daqueles compromissos que levaram Leonel Brizola a apoiá-los nas suas respectivas eleições. Rompeu com os Poderes Estadual e Federal para ficar em paz com a sua consciência e fiel aos seus compromissos e princípios.
O que nos conforta nesta hora é saber que Leonel Brizola morreu fazendo aquilo de que mais gostava, aquilo que sabia fazer: política. Um dia antes de sua morte, recebia lideranças políticas, mesmo acamado, no seu apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro. Como predisse em vida, morreu como um cavalo inglês, morreu na cancha, morreu peleando, o que nos conforta.
O que nos animou muito também foi a solidariedade, a comoção popular que testemunhamos não só no Rio de Janeiro - Estado que governou por duas vezes e onde deixou talvez sua maior marca registrada, os CIEPs, as escolas de turno integral -, mas também em Porto Alegre e na cidade de São Borja, onde foi enterrado.
As multidões vieram se despedir do grande líder que, antes de tudo, era um patriota, outra de suas marcas registradas. A missa de sétimo dia, realizada na Igreja da Candelária foi concluída com o Hino da Independência, que Brizola costumava puxar pessoalmente ao encerrar os nossos principais atos partidários. Ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil -, cantava com uma emoção que contagiava, contaminando a todos com seu patriotismo, com seu compromisso inabalável de defesa da soberania nacional.
O dia 21 de junho de 2004 vai ficar marcado na história do Brasil, assim como ficaram o 24 de agosto de 1954, quando nos deixou o grande estadista Getúlio Vargas, e o 06 de dezembro de 1976, quando nos deixou João Goulart. O 21 de junho de 2004 entrou definitivamente para a história nacional como a data em que partiu um dos nossos maiores líderes, daqueles que se vão, mas deixam para a eternidade um rastro de realizações e bons exemplos, guia seguro para quem quer fazer política com dignidade, coerência e firmeza de princípios, marcas registradas de Leonel de Moura Brizola.
(Depoimento em janeiro de 2005)

domingo, 23 de junho de 2013

Lupi apoia nome de Vieira da Cunha para governo gaúcho

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse na noite de ontem (21/6) aos pedetistas reunidos em São Borja procedentes de municípios da fronteira Oeste do Rio Grande do Sul que a candidatura própria do partido ao governo gaúcho  é uma necessidade.  Já em Santiago, neste sábado (22/6) pela manhã, acrescentou que embora o PDT participe do governo Tarso Genro, do PT, “acreditamos também que possamos ser uma opção para que o governo gaúcho volte seu foco para a Educação, como aconteceu nas gestões de Brizola e Alceu Collares”.
Falando a cerca de 150 militantes reunidos em Santiago, Lupi narrou sua trajetória dentro do PDT ao longo das  últimas três décadas, sempre ao lado de Brizola. Falou também sobre as manifestações que estão acontecendo em todo o país, assinalando que “é preciso entender a voz da população – sem dissociar o grito das ruas da participação nas instituições políticas”, como algumas pessoas estão apregoando.
Ao defender a candidatura própria do PDT ao governo estadual, Lupi destacou que "ninguém tem maior compromisso com a educação no Rio Grande do Sul, em tempo integral, do que o PDT que, através de Brizola, criou as brizoletas em 1958", enfatizou.
Lupi referendou o nome do deputado federal Vieira da Cunha como candidato a governador pelo PDT no ano que vem, destacando ainda:
 “Vieira da Cunha é, sem dúvida, um dos melhores quadros nacionais do PDT pela sua conduta, pelo seu posicionamento e por possuir o DNA trabalhista – fundamental para comandar o Rio Grande do Sul”, enfatizou.
Participaram da reunião na manhã deste sábado em Santiago (RS) secretários de estado, o deputado federal Giovani Cherini, o ex-deputado federal Pompeo de Matos, prefeitos, vereadores e várias lideranças oriundas de cidades da fronteira oeste.
A série de encontros e debates para discutir o posicionamento do PDT no Rio Grande do Sul para 2014 deve somar 38 reuniões já programadas até o segundo semestre do ano, sob o comando do presidente estadual do PDT gaúcho Romildo Bolzan Júnior, ex-prefeito do município de Osório (RS). Tanto a reunião de São Borja, na sexta-feia, quanto a de Santiago, neste sábado pela manhã, tiveram transmissão “ao vivo” pela Rádio Legalidade.

sábado, 22 de junho de 2013

Protestos pautam homenagens do PDT a Brizola em São Borja

Com as ruas congestionadas pela juventude protestando por políticas públicas, o PDT do Rio Grande do Sul transformou num ato político de reflexão as homenagens ao líder Leonel Brizola, falecido há nove anos, em 21 de junho, no Rio de Janeiro. As lideranças partidárias usaram o plenário da Câmara de Vereadores de São Borja (foto)  para reafirmar o compromisso do partido com a democracia, mas reconhecendo que é preciso ouvir e analisar o clamor gritado pelos jovens nas últimas semanas.
 O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse que Brizola era um visionário e acreditava na política como instrumento de luta do povo brasileiro. Como exemplo e referência de atuação política, o fundador do PDT deixou vivas suas ideias e seu legado, como Getúlio e Jango.
"Somos um partido orgulhoso de nossos mortos, dos nossos líderes, porque eles lutaram pelo povo brasileiro, Getúlio modernizou o Brasil e Brizola é a síntese de toda a história do trabalhismo", disse. Ao destacar o empenho de Brizola pela educação, Lupi ponderou que  "a rebeldia da juventude tem que ser reconhecida, mas é preciso entender que não existe outra forma de poder além do processo democrático", alertando para eventuais grupos que tenham a intenção de desvirtuar o movimento juvenil através da violência.
Ele ponderou que o partido precisa buscar entender os questionamentos da juventude e completa que a origem dos protestos remetem para o sistema capitalista vigente.
Na mesma linha se manifestou também o presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan, para quem os movimentos refletem a falência da representação política, mas não podem estar descolados do espaço legítimo que é a democracia representativa. Também observou que os governos trabalhistas são pautados pela honestidade, citando as ações de Brizola e dos diversos agentes políticos do PDT em prefeituras e nos estados.
Segundo Bolzan, foi da ação dos trabalhistas, no passado, defendendo a nossa soberania que resultou o atual modelo democrático.
O deputado VIeira da Cunha lembrou que o 21 de junho é a data da memória dos pedetistas para o legado de Leonel Brizola e este ano, com o protesto dos jovens pelo país, "precisamos refletir e fazer a nossa autocrítica, a fim de que esses ensinamentos possam ser recolhidos para que nosso partido cumpra seu destino histórico de representar essas vozes indignadas que estão se manifestando publicamente".
Representando a família Brizola, a neta do do ex-governador, Juliana, que é deputada estadual, disse que a juventude e a população brasileira reclamam com justiça e manifestam sua intolerância com a corrupção e a desqualificação da classe política.
Ela aproveitou para questionar, mais uma vez, a democracia interna do PDT, pedindo eleição direta. "Como vamos querer os jovens conosco se não abrimos espaço legítimo de representação para eles", reclamou.
O ato, realizado na Câmara de Vereadores de São Borja, mobilizou também o líder da bancada do PDT na Assembleia Legislativa, deputado Gerson Burman, o ex-deputado Pompeo de Mattos, os secretários do Gabinete dos Prefeitos, Afonso Motta, e da Saúde, CIro Simoni, o deputado Giovani Cherini, e o neto do ex-presidente João Goulart, Christopher Goulart, além do  prefeito de São Borja, Farelo Almeida, do ex-prefeito de Santo Ângelo, Eduardo Loureiro, do ex-deputado e líder do governo Jango, Ney Ortis Borges, e expressivas lideranças trabalhistas regionais.
Antes, no Cemitério Jardim da Paz, flores foram depositadas nos túmulos de Leonel Brizola e João Goulart.
No inicio da noite o presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan Jr, iniciou a 18a. reunião regional para avaliar as eleições do próximo ano, reunindo a coordenadoria da Região da Fronteira. Amanhã, domingo, o encontro será em Santiago, com reuniões também em Jaguari e Santa Maria, todas com a presença do presidente Carlos Lupi.

terça-feira, 18 de junho de 2013

João Vicente Goulart : “Estamos contando para as novas gerações”

Uma aula de história foi dada por quem viveu de perto o golpe militar e sofreu na própria família os reflexos da ditadura no Brasil. João Vicente Goulart tinha apenas sete anos quando acabou exilado ao ser deposto o pai, o ex-presidente João Belchior Marques Goulart, popularmente, Jango. Um pouco das entrelinhas que os ditadores não contaram foi apresentado por ele na abertura da exposição "Ditadura no Brasil 1964-1985" em Içara (SC) no início deste mês.

"A Comissão da verdade nada mais é do que a restauração da verdade. Não conseguimos sequer punir. Estamos contando para as novas gerações", aponta como interessado nas investigações. "Meu pai já dizia que o exílio é uma invenção do demônio, pois mata as pessoas enquanto se está vivo. O Jango era um brasileiro, presidente eleito, constitucional, derrubado por um golpe de estado e morava do outro lado da fronteira. Muitas pessoas que estavam no Uruguai o viam de longe, mas não se aproximavam com medo de serem presos na fronteira. Ou seja, de uma hora para outra você se transforma em um zumbi", relembra.

Apesar dos crimes não serem mais passíveis de punição no Brasil, há peças neste quebra-cabeças que poderão ser utilizadas em processos, por exemplo, na Argentina. Um dos pontos a serem esclarecidos é a própria morte de Jango. A exumação do corpo vai apontar se a causa foi natural ou se ocorreu envenenamento. Para isso participarão peritos da Polícia Federal do Brasil e de outros países já que a Operação Condor investigava o ex-presidente através de agentes também na Argentina e Uruguai.

Na avaliação de João Vicente, a inexistência de penas para os torturadores daquela época gera ainda consequentes reflexos no país. "A tortura continua. Não é só a perseguição dos políticos. Não foram punidos aqueles que torturaram e a polícia assimilou este tipo de trabalho, que é a discriminação do favelado", aponta. Além da caça dos militares, ele também exalta a perseguição da mídia. Em quase um ano, mais de 230 filmetes foram produzidos contra o governo de Jango.

“Usaram o poder da imprensa para derrubar a Constituição. Uma coisa é a liberdade. Outra é a libertinagem. Acho que não é preciso fazer regulamentação da lei. Mas temos que apressar a responsabilidade de quem mente”, sublinha. “Particularmente sou contra qualquer tipo de controle da mídia”, também garante. Ele ainda defende o Jornalismo como ferramenta para denunciar as irregularidades principalmente pela Internet. “No Regime Militar também existia corrupção, mas nunca aparecia”, coloca.

PRAÇAS E LOGRADOUROS - Em coletiva de imprensa na Casa da Cultura Padre Bernardo Junkes, João Vicente se manifestou também sobre o processo de mudança em locais públicos cujas nomenclaturas fazem referências a ditadores. Em Içara, a discussão ocorre quanto a Praça Castelo Branco. A proposta para ser homenageado então João Goulart foi acelerada pela visita do filho de Jango. "A homenagem em ruas, logradouros e praças deve ser de origem popular. Acho que cada mudança dessas deveria ocorrer um pequeno plebiscito para saber se isto é a vontade da população. O que penso é na importância da comunidade saber quem é Castelo Branco e quem é João Goulart", pontua

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Vieira é o presidente da comissão sobre medidas a adolescentes infratores

Foi confirmada a eleição da chapa única que concorria para comandar a comissão especial sobre medidas socioeducativas a adolescentes infratores (PL 7197/02 e apensados). A Mesa Diretora do colegiado terá a seguinte composição: Vieira da Cunha (PDT-RS), presidente; Gabriel Chalita (PMDB-SP), 1º vice; Liliam Sá (PSD-RJ), 2ª vice; e Rosane Ferreira (PV-PR), terceira vice.
Vieira da Cunha indicou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) como relator da matéria.

O quórum de votação foi atingido sem a presença dos deputados do PT indicados para a comissão. Nilmário Miranda (PT-MG) chegou a comparecer à reunião, mas se retirou antes da eleição.

Mais cedo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu uma solução para o enfrentamento da criminalidade cometida por jovens que esteja “dentro dos marcos da Constituição”.

Tempo real

domingo, 9 de junho de 2013

Com 51%, Dilma continua favorita na corrida eleitoral

Apesar da queda de popularidade, a presidente Dilma Rousseff continua sendo a favorita para vencer a eleição presidencial do ano que vem. No cenário mais provável da disputa, Dilma teria 51% das intenções totais de voto, segundo pesquisa Datafolha finalizada sexta-feira com 3.758 entrevistas.



São sete pontos a menos que o verificado no levantamento anterior, de março. Mas ainda assim é o suficiente para liquidar a eleição já no primeiro turno.
Em segundo lugar, com os mesmos 16% da última pesquisa, aparece a ex-senadora Marina Silva, atualmente engajada na criação de um novo partido político, a Rede Sustentabilidade.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi o único que cresceu em relação ao levantamento de março. Ele tem agora 14% das intenções de voto, quatro pontos a mais que na pesquisa anterior.
Aécio está tecnicamente empatado com Marina, já que a margem de erro do levantamento é de dois pontos.
Recém-eleito presidente do partido, o pré-candidato tucano foi beneficiado pela exposição intensiva de sua imagem na série recente de propagandas do PSDB no rádio e na televisão.
Nessas oportunidades, Aécio criticou o governo com muita ênfase na inflação, objeto de crescente preocupação da população, conforme a mesma pesquisa.
Em quarto lugar na pesquisa, com 6% das intenções de voto, aparece o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). O índice é mesmo obtido por ele no último levantamento.
RECORTES
O melhor desempenho de Dilma ocorre na região Nordeste do país, onde a presidente alcança 59% das intenções de voto.
O Nordeste é também a única região do país em que Campos obtém índice de dois dígitos na pesquisa, 12%.
Entre todos os recortes por renda, idade e escolaridade, o pior desempenho de Dilma está entre os eleitores que declaram ter ensino superior.
Se a disputa fosse feita só nesse grupo, a eleição seria bem mais apertada. Dilma continuaria vencendo, mas com 34%; Marina ficaria com 29%; Aécio, com 19%.
O Datafolha também fez simulações da disputa com os nomes do ex-presidente Lula e do atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
Lula, que sempre afirma não ter intenção de disputar em 2014, alcançaria mais votos que Dilma: 55%, em seu melhor cenário.
Já Barbosa, popular por ter presidido o julgamento do mensalão, teria 8%.
A pesquisa espontânea dá pistas sobre o grau de interesse dos eleitores a 1 ano e 4 meses do pleito. Quando o entrevistador pergunta pelo candidato preferido sem apresentar nomes de eventuais concorrentes, 50% dos eleitores dizem que ainda não sabem em quem votar.
Nesse tipo de apuração, Dilma é citada por 27% dos eleitores (eram 35% em março); Lula é mencionado por 6%; Aécio, por 4%.
Fonte: Folha On Line
Foto: Reprodução


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quarta-feira, 5 de junho de 2013

Juventude do PDT homenageia Brizola em São Borja dia 21

Durante dois dias, 21 e 22 de junho, a Juventude Socialista do PDT realiza um retiro em São Borja, cidade considerada berço do trabalhismo, para discutir políticas para a juventude do ponto de vista do programa partidário.
A primeira parte da programação, dia 21 de junho, estará reservada às homenagens que o PDT realiza na Câmara de Vereadores e no Cemitério Jardim da Paz pela passagem nos nove anos do falecimento de Leonel Brizola. Os jovens realizarão ato de protesto junto ao Museu Getúlio Vargas, pela preservação do espaço histórico.
O presidente da JS/RS, João Henrique Cella, organizou a programação buscando oferecer aos jovens conteúdos históricos que permitam a compreensão da importância da organização partidária no contexto político nacional.
“Do trabalhismo partiu a organização do Estado brasileiro, tanto do ponto de vista administrativo quanto político e econômico”, destaca o jovem militante. Ao lado do secretário-geral da JS, Letier Vivian, Cella vem mobilizando a estrutura do PDT para o evento. “Queremos incendiar os corações e mentes dos jovens com as bandeiras do trabalhismo”, revelou o dirigente da JS, que vai deslocar os participantes para um sítio próximo a São Borja.
História e economia - Durante o retiro, os jovens terão palestras com o economista Calino Pacheco, ex-dirigente da Juventude Socialista, participante do encontro de Lisboa e militante do movimento dos Direitos Humanos, que abordará a abertura dos processos da Comissão da Verdade.
O professor de economia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Cássio Moreira, fará um painel comparativo entre Getúlio Vargas e Lula do ponto de vista da economia. E o jornalista e escritor Juremir Machado da Silva, tratará da Era Vargas e o trabalhismo. O professor de história Marcus Cunha abordará a educação do ponto de vista programático e sua simbologia para o PDT.
Programação completa:
Dia 21/junho
9h – Sessão solene da Câmara de Vereadores – Homenagem a Leonel Brizola
11h – Visita ao Cemitério Jardim da Paz
11h30 – Visita ao Museu Presidente João Goulart
12h – Ato pela preservação do Museu Getúlio Vargas
15h – Abertura do Retiro Estadual da Juventude Socialista
16h – Comissão da Verdade – Calino Pacheco
19h – Reunião da Coordenadoria do PDT

Dia 22/junho
9h – Professor Cássio Moreira – Economia de Getúlio a Lula
10h – Jornalista Juremir Machado da Silva – A Era Vargas e o trabalhismo
11h – Professor Marcus Cunha – O PDT e a educação
13h30 – Josbertino Clementino - JSPDT e as políticas públicas para a Juventude
14h30 – Secrtário da JS/Itajaí, Everton Wan-Dall - Uma nova visão para o movimento estudantil
15h30 – Leonardo Zumpichiatti – Conjuntura mundial
16h30 – Dinâmica de grupo
18h30 – Encerramento

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Jucelino é eleito presidente do PDT de Bagé (RS) pela sexta vez

Oponentes em clima de cordialidade durante a votação
Oponentes em clima de cordialidade durante a votação
Com uma diferença de apenas 42 votos, Jucelino Rosa dos Santos venceu mais uma vez Sapiran Brito na disputa para presidente do PDT de Bagé. Foram 372 votos contra 330 e 12 nulos.

Assim que terminou a contagem dos votos, a secretária do partido, Elenara Nunes Ianzer, postou no seu Facebook que estava encerrada a eleição do PDT. “A luta por um partido grande, sem submissões e coerente com sua origem venceu. Chapa Vanguardista Trabalhista - Parabéns pela vitória”, disse.

Santos, que hoje atua como chefe de gabinete da deputada estadual Juliana Brizola em Porto Alegre, disse que na próxima semana vai decidir que rumo tomar; se permanece na capital gaúcha ou se se dedica em tempo integral ao partido.

Ele, que assume a presidência da legenda pela sexta vez, afirmou que a meta de sua gestão é concorrer na próxima eleição municipal com cabeça de chapa. Além disso, que o PDT vai trabalhar forte para reconquistar cadeiras no Legislativo. “Vamos buscar a prefeitura e voltar a ter espaço na Câmara de Vereadores”, garantiu o pedetista.

Histórico
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Em 1998, Jucelino Rosa dos Santos e Sapiran Brito começaram a duelar pela presidência do PDT. Com a eleição de ontem, Santos assume o comando do partido pela sexta vez. Em três eleições ele foi eleito por consenso e nas outras venceu os pleitos.

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.