quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Futuro presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, é gaúcho

Presidente eleita chama economista por considerá-lo firme em seus posicionamentos, mas não inflexível em negociações

Gaúcho de Porto Alegre, o futuro presidente do Banco Central (BC) é, também, torcedor do Internacional, time da presidente eleita, Dilma Rousseff. Mais do que essa afinidade, Alexandre Antônio Tombini, 47 anos, tem uma característica que encantou Dilma: é firme nas suas posições, mas não é considerado inflexível.

Convidado ontem por Dilma para assumir o comando do BC e em seu governo, o atual diretor de Normas da instituição, Tombini, é definido como uma pessoa conciliadora e contará com a simpatia do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e sua equipe.

> Confira alguns dos nomes cotados e já definidos para ministérios no governo Dilma

Também foi definido que Miriam Belchior, assessora especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), assumirá o Ministério do Planejamento.

Depois das duas definições de ontem, Dilma decidiu anunciar hoje os três primeiros nomes da equipe econômica: além de Tombini e Miriam Belchior, que substituirá Paulo Bernardo, fará a confirmação oficial da escolha de Guido Mantega para a pasta da Fazenda (veja quadro abaixo). A presidente quis fazer o anúncio antes de participar ao lado de Lula, amanhã, em Georgetown (Guiana), da cúpula da União de Nações Sul-americanas (Unasul).

Quando interlocutores de Dilma começaram a sondar pessoas próximas sobre o funcionário de carreira do BC, a primeira pergunta era sempre a mesma: ele é desenvolvimentista ou monetarista? Era uma referência às duas correntes que rivalizaram durante o governo Lula na condução da política econômica e foram representadas pelo ministro Mantega e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, respectivamente.

A resposta:

— Tombini não tem corrente — diziam amigos próximos.

A conjuntura determina sua conduta, pautada por uma base teórica e prática forte. Economista pela Universidade de Brasília (UnB), fez doutorado na Universidade de Illinois (EUA). Durante sua carreira, transitou por áreas que vão de comércio exterior, supervisão bancária, normas, socorro financeiro a países, metas de inflação e cenários econômicos.

Sua gestão, acreditam técnicos ligados a ele, será mais participativa. Ao contrário de Meirelles, que delega atribuições, cobra resultados e não se envolve tanto diretamente, deverá acompanhar mais os detalhes das decisões, e o BC poderá retomar espaço perdido no debate econômico na gestão Meirelles.

Em cargos públicos desde 1991, trabalhou com os últimos quatro presidentes. Foi coordenador da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, assessor especial da Casa Civil e representante do Brasil no FMI. No BC, passou por três diretorias. Foi também consultor da presidência e o primeiro chefe do Departamento de Estudos Especiais, criado na esteira da implementação do regime de metas de inflação, em 1999.

A porção porto-alegrense

Filho de Corinha e Tildo Tombini, o futuro presidente do Banco Central (BC) nasceu em Porto Alegre mas conviveu pouco na capital gaúcha, conta seu irmão Júlio César. Tildo, que nasceu em Encantado, era economista das Nações Unidas. Por isso, a infância dos dois irmãos e da caçula Isabel foi dividida por vários países da América Latina — Paraguai, Guatemala, Costa Rica e Chile, entre dois e três anos em cada um.

A fase em que ambos mais conviveram nas ruas do bairro Higienópolis, entre partidas de futebol e de tênis, além de voltas na quadra de bicicleta foi a do início da adolescência.

— Toda a família é colorada — confirma Júlio César sobre a preferência clubística.

Entre 1972 e 1975, o futuro presidente do BC estudou no São Pedro, colégio marista do bairro Floresta. Em 1976, Tildo assumiu um posto em Brasília e carregou a família. Alexandre e Isabel seguiram a profissão do pai, enquanto Júlio César resolveu voltar a Porto Alegre e se especializou em Medicina do Trabalho.

Alexandre ficou em Brasília, formou-se na UnB e, ao cursar seu doutorado nos Estados Unidos, conheceu a americana Michelle, com quem se casou e teve dois filhos, hoje com 13 e nove anos. De volta ao Brasil, passou no concurso do Banco Central, e já foi emprestado para o FMI e para o Ministério da Fazenda na administração de Fernando Henrique Cardoso. Dois nomes de grandes imperadores na família — Alexandre e Júlio César — são coincidência, garante Júlio César:

— O meu vem do meu avô. Não tinha predestinação de grandeza.

ZERO HORA

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Quem sou eu

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.