
A despeito da recondução de Michel Temer ao comando partidário, o PMDB do Rio Grande do Sul continua torcendo o nariz para Dilma Rousseff.
O triunfo de Temer, a um passo de virar candidato a vice na chapa de Dilma, animou o PT a tentar atrair para o seu projeto o PMDB gaúcho.
Ouça-se o que diz o líder de Lula na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP):
“Queremos que o PMDB do Brasil inteiro apoie a Dilma. Se for assim, no Rio Grande do Sul, ela terá dois palanques: de Tarso Genro e de [José] Fogaça”.
Nos próximos dias, o assédio a Fogaça (na foto), prefeito pemedebê de Porto Alegre, vai aumentar. Mas são mínimas as chances de êxito da pressão.
Presidente do diretório do PMDB na capital gaúcha, o deputado estadual Fernando Záchia, falou sobre o tema numa entrevista ao repórter João Guedes.
Vai abaixo a parte final da conversa:
– Sem candidatura própria, o PMDB gaúcho vai seguir a tendência de apoiar Dilma?
O PMDB nacional está muito confortável em apoiar Dilma. Problema teremos aqui porque Fogaça vai ter um palanque divergente de Tarso Genro. Teríamos dificuldade em defender o projeto nacional do PT e, ao mesmo tempo, tomar porrada do PT aqui.
– Não haverá apoio a Dilma?
Ficaria completamente contraditório. No máximo, vão querer deixar aqui o PMDB solto, mas como participar de um processo eleitoral sem discutir a Presidência? O PMDB gaúcho e dos Estados dissidentes devem ter a possibilidade de defender outra candidatura.
– A candidatura de Serra?
Eu queria defender a do PMDB. Mas, dentro desse quadro, que não é finalizado, ainda acho que a do Serra é muito mais simpática que a da Dilma.
– Há possibilidade de adotar uma posição neutra?
A neutralidade não cabe. Acho que temos de ter posição contrária à manifestação do PMDB nacional. Se o cenário for esse, com Ciro, Dilma e Serra, que nos deem alternativa. A maioria do PMDB gaúcho vai defender a alternativa do Serra.
Afora o Rio Grande do Sul, a dissidência anti-Dilma se estende, por ora, ao PMDB de outros quatro Estados: São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Pernambuco.
As chances de os dissidentes arrancarem o PMDB nacional do colo de Dilma são mínimas, praticamente inexistentes.
O poder de fogo da turma do contra foi exibido na convenção do último sábado (6). Revelou-se irrisório. Foram esmigalhados pelo blocão reunido ao redor de Temer e de tudo o que ele representa.
A legislação eleitoral não impede que os diretórios insurretos adotem nos Estados posição divergente da que será aprovada na convenção nacional.
Na hipótese de obter o apoio dos pemedebês revoltosos, Serra auferirá dividendos relativos. Ganhará palanques vistosos em praças importantes.
Mas o palanque que interessa, o eletrônico, irá para Dilma. Referendada a aliança com Dilma, o tempo de rádio e de TV do PMDB servirá de vitrine para a candidata de Lula.
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Escrito por Josias de Souza às 04h38
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