20/02/2008 - 13h45
da Folha Online
da Agência Folha, em Porto Alegre
A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou hoje o requerimento do deputado estadual Adroaldo Loureiro (PDT) solicitando a formação de uma subcomissão para investigar a morte do ex-presidente da República, João Goulart, o Jango (1918-1976).
De acordo com Adroaldo Loureiro, os parlamentares terão 120 dias para realizar o trabalho, buscando parceria com a Polícia Federal e o Congresso Nacional, onde senadores e deputados também estão retomando investigações sobre a morte de Jango.
Também integrarão a comissão os deputados estaduais Dionilson Marcon (PT), Paulo Brum (PSDB) e Marco Peixoto (PP).
A discussão sobre a circunstância da morte de Jango surgiu após entrevista do ex-agente do serviço de inteligência do governo uruguaio Mario Neira Barreiro, 54, para a Folha. Na entrevista, ele disse que espionou Jango durante quatro anos e que o ex-presidente teria sido foi morto por envenenamento a pedido do governo brasileiro.
Jango morreu em 6 de dezembro de 1976, na Argentina, oficialmente de ataque cardíaco. Ele governou o Brasil de 1961 até ser deposto por um golpe militar em 31 de março de 1964, quando foi para o exílio.
Segundo o ex-agente, Jango não morreu de ataque cardíaco, mas envenenado, após ter sido vigiado 24 horas por dia de 1973 a 1976.
Barreiro foi interrogado pela Polícia Federal sobre sua participação no suposto assassinato de Jango. Ele cumpre pena por tráfico de armas, falsidade ideológica e roubo a carro-forte.
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