domingo, 21 de março de 2010

Sem Fogaça, PSDB endossa ‘recandidatura’ de Yeda


Valter Campanato/ABr



A direção nacional do PSDB decidiu encampar a candidatura reeleitoral da governadora tucana do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius.



Ela dividirá o palanque gaúcho com o virtual presidenciável da oposição, o também tucano José Serra.



A decisão foi tomada há dois dias, numa reunião reservada ocorrida em Porto Alegre. Participaram, além de Yeda, três dirigentes do PSDB federal.



São eles: Sérgio Guerra (PE) e Marisa Serrano (MS), respectivamente presidente e vice-presidente da legenda; e Rodrigo de Castro, secretário-geral.



“A governadora está demonstrando que tem todas as condições de disputar a eleição”, disse ao blog o senador Sérgio Guerra.



Na última pesquisa feita pelo Datafolha, em dezembro do ano passado, Yeda era a lanterninha da disputa, com 5% das intenções de voto.



Às voltas com uma gestão tisnada por escândalos, a governadora estava atrás até mesmo do deputado Beto Albuquerque (PSB) –5% no Datafolha.



Perdia de longe também para os dois líderes da sondagem: Tarso Genro (PT) e José Fogaça (PMDB), empatados em 30%.



Segundo o presidente do PSDB, o partido dispõe de pesquisas que indicariam uma melhoria da situação de Yeda.



“Ela cresceu dez pontos nos últimos 40 dias”, diz o senador. Numa pesquisa telefônica, Yeda teria obtido 15%. Em sondagem presencial, 18%.



Nos subterrâneos, o tucanato negociava uma parceria com o pemedebê José Fogaça, prefeito de Porto Alegre. Porém...



Porém, embora simpático à candidatura presidencial de José Serra, Fogaça teve de dar meia-volta.



O prefeito estabeleceu como prioridade de sua campanha o fechamento de um acordo com o PDT gaúcho.



Fechado com a presidenciável do PT, Dilma Rousseff, o ministro Carlos Lupi (Trabalho), mandachuva do PDT, impôs uma condição.



Para obter o apoio do governista PDT, Fogaça teria tomar distância dos tucanos e de Serra, o presidenciável da oposição.



Embora um pedaço expressivo do PMDB gaúcho prefira Serra a Dilma, Fogaça cedeu às pressões vindas de Brasília.



Assim, não restou ao PSDB senão abraçar-se ao projeto de Yeda. Um projeto que, no dizer de Sérgio Guerra, o o tucanato jamais cogitou abandonar.



Na reunião de dois dias atrás, o tucanato acertou o apoio do PP. Em Brasília, a legenda integra o consórcio partidário que dá suporte congressual a Lula.



No Rio Grande do Sul, o PP decidiu fazer um caminho inverso ao do PDT, associando-se a Yeda. Aguarda-se agora por uma decisão do DEM.



Parceiros do PSDB na campanha nacional de Serra, os ‘demos’ torcem o nariz para Yeda no Sul.



Paulo Feijó (DEM), o vice de Yeda, frequentou o noticiário dos escândalos que assediaram a governadora na condição de denunciante, não de aliado.



Em privado, Yeda argumenta que seu nome já não consta de nenhum procedimento derivado do inquérito que apura desvios de cerca de R$ 40 milhões no Detran-RS.



Alega que, alvejada por CPIs e por um pedido de impeachment, livrou-se também das complicações legislativas. Acha que tem chances de renovar o mandato.



O grosso do tucanato é mais cético do que a governadora. Associa-se a ela, porém, por ausência de alternativa.



O PSDB confia, de resto, que, a despeito da opção feita por José Fogaça, a maioria do eleitorado simpático ao PMDB vai votar em Serra, não em Dilma.



No Rio Grande do Sul, o PMDB é um rival histórico do PT. Na sucessão de 2006, o tucano Geraldo Alckmin prevaleceu sobre Lula no Estado.



Agora, o tucanato afirma que dispõe de pesquisas que indicariam uma dianteira de mais de dez pontos percentuais de Serra sobre Dilma, no Rio Grande do Sul.



Nesse cenário, o suporte a Yeda é visto como um detalhe que não irá comprometer o desempenho de Serra nas urnas gaúchas. A ver.

Escrito por Josias de Souza às 06h23

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Quem sou eu

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.