sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Rigotto sai de cena e facilita planos de Fogaça no RS


O ex-governador gaúcho Germano Rigotto, do PMDB, veio aos holofotes para informar que não tentará retornar ao cargo nas eleições de 2010.



Rigotto soou categórico. Disse que a hipótese de ir às urnas como candidato a governador está afastada “definitiva e irrevogavelmente”.



Com esse gesto, deixou o palco livre para as evoluções do prefeito pemedebê de Porto Alegre, José Fogaça, com quem media forças.



Ao baixar as cortinas de sua quase candidatura, Rigotto lecionou: “Quem tem dois candidatos, não tem nenhum. Essa é a lição da experiência política”.



Acha que Fogaça “tem a capacidade” de costurar as “parcerias” políticas necessárias a devolver o PMDB ao Piratini, sede do governo gaúcho.



O Rio Grande do Sul é um dos Estados em que a dobradinha PMDB-PT, ensaiada no plano nacional, não irá se reproduzir.



Ali, a tribo dos pemedebês é representada por uma etnia que olha para o petismo com o fígado, embalada por instintos canibais.



O PSDB nacional rodeia o caldeirão gaúcho com pretensões de firmar com o PMDB local uma aliança que dê ao presidenciável tucano um bom palanque.



O tucanato sempre preferiu Fogaça. Mas demora-se em apreender a lição de Rigotto: “Quem tem dois candidatos não tem nenhum”.



Não bastasse esticar a queda-de-braço entre José Serra e Aécio Neves, o PSDB demora-se em enquadrar Yeda Crusius.



Enredada por denúncias, a governadora tucana do Rio Grande do Sul tornou-se um farrapo político. A despeito disso, cultiva um projeto reeleitoral.



Para abrir negociações com Fogaça, o PSDB terá, primeiro, de ultrapassar a fase do "dois em nenhum". Depois, precisará enquadrar Yeda.



De resto, ao retirar-se para as coxias, Rigotto deixou sobre o tablado um prenúncio de encrenca para o ministro Tarso Genro (Justiça).



Candidato do PT ao governo gaúcho, Tarso tenta arrastar para dentro de sua coligação o PDT.



O diabo é que o PDT ocupa, sob Fogaça, a vice-prefeitura de Porto Alegre. Talvez se anime a reeditar a parceria com o PMDB na cruzada estadual.



Algo que, se confirmado, terá um gosto de ironia, já que Dilma, uma cristã nova do PT, é egressa justamente dos quadros do PDT gaúcho.

Escrito por Josias de Souza às 03h05

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.