sexta-feira, 11 de setembro de 2009

PSDB classifica como "movimento golpista do PT" decisão sobre impeachment de Yeda


MÁRCIO FALCÃO
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O comando do PSDB reagiu nesta sexta-feira e classificou como um "movimento golpista do PT" o anúncio de que o presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Ivar Pavan (PT), aceitou o pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius (PSDB).

A cúpula do partido deve discutir a situação do governo de Yeda em uma reunião na próxima semana com o governador José Serra (São Paulo) e os desdobramentos políticos do caso. Líderes do PSDB temem que as denúncias contra a administração da tucana ganhem dimensão nacional e virem munição contra o candidato do partido que disputar a sucessão presidencial em 2010.

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Para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), a governadora é "vítima de uma conspiração" para favorecer o PT na disputa local nas próximas eleições. O ministro Tarso Genro (Justiça) foi escolhido o nome do partido para tentar conquistar o Palácio Piratini.

"Nunca tive a menor dúvida de que isso ia acontecer. Acho que é um movimento golpista liderado pelo PT. Então, não me surpreende que o presidente da Assembleia, que é do Partido dos Trabalhadores, encaminhe esse tal impeachment. Se trata de impedir que a governadora avance politicamente enquanto ela já avançou administrativamente. E tem a polícia russa também ajudando [referência ao ministro Tarso Genro]. As ações são coordenadas contra o mandato da governadora. Ela é vitima de uma conspiração", disse Guerra.

Com a movimentação do pedido de impeachment, Yeda pode ficar sem sustentação do partido para buscar a reeleição. Na tentativa de fortalecer o palanque no Rio Grande do Sul para o candidato do PSDB, o comando do partido pode dar fôlego a uma aliança com o PMDB gaúcho que trabalha o nome do prefeito de Porto Alegre, José Fogaça.

A reunião com Serra deve ser decisiva para o futuro da governadora. No encontro, o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), deve reforçar a defesa de Yeda. "É um petista [Ivar Pavan] completamente envolvido nessa conspiração permanente que esse partido faz contra a governadora e contra o Rio Grande do Sul. É o padrão petista. Não aceitam o jogo democrático e usam posições que conquistam para conspirar e tentar desestabilizar", afirmou.

Impeachment

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aceitou ontem o pedido de impeachment contra Yeda, que foi protocolado pelo Fórum dos Servidores Públicos Estaduais do Estado.

Com a decisão de Pavan, a Casa Legislativa vai começar a discutir o assunto, que pode ser levado a plenário. O fórum alega que Yeda cometeu crime de responsabilidade. Segundo a Assembleia, há ao menos 26 pontos no processo que vinculam a governadora ao suposto esquema que desviou mais de R$ 40 milhões do Detran-RS.



O parlamentar e uma equipe de assessoramento técnico analisou documentos e escutas telefônicas reunidas pelo Ministério Público Federal, Polícia Federal e Poder Judiciário.

De acordo com o Legislativo, a posição adotada pela presidência da Casa se baseia em dois eixos: o conhecimento dos fatos relacionados à gestão do Detran e a decisão do modelo e ações do governo em favorecer o esquema criminoso.

A Assembleia informou que, nas escutas realizadas, réus da CPI do Detran referem de maneira direta que a governadora tinha conhecimento dos fatos e relacionam o esquema com o centro do governo.

Pavan afirmou que não se trata de pré-julgamento, mas da responsabilidade do Parlamento diante do seu papel institucional de preservar valores éticos e os critérios da boa gestão pública.

"A abertura do processo de impeachment representa o compromisso da Assembleia com o resgate dos princípios republicanos. Não podemos ficar omissos diante da gravidade desta conduta."

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.